Agitprop (/ˈæɪtprɒp/; do russo: агитпроп, tr. Agitpróp, palavra-valise de agitatsiya, "agitação" e propaganda, "propaganda"[1] ) refere-se à intencional e vigorosa propagação de ideias políticas. O termo tem origem na Rússia Soviética e se aplicava aos meios de comunicação populares, incluindo literatura, peças teatrais, panfletos, filmes e outras formas de arte, com uma mensagem política explicitamente em favor do comunismo.[2] utilizada na Rússia soviética, que é difundida ao público em geral através de meios de comunicação populares tais como literatura, peças de teatro, panfletos, filmes, e outras formas de arte com uma mensagem explicitamente política.[3]

O termo teve origem na Rússia soviética como abreviação do nome do Departamento de Agitação e Propaganda (отдел агитации и пропаганды, otdel agitatsii i propagandy), que fazia parte do comitê central e dos comitês regionais do Partido Comunista da União Soviética[4] Dentro do aparato do partido, tanto a agitação (trabalho entre pessoas que não eram comunistas) como a propaganda (trabalho político entre membros do partido) eram da responsabilidade da agitpropotdel ou APPO (Departamento de Agitação e Propaganda do Comitê Central). O seu chefe era um membro do secretariado do Agitprop do Comitê de Moscou (MK), embora estivesse em segundo lugar em relação ao chefe do orgraspredotdel (departamento responsável pela designação de quadros e pelo trabalho organizacional).[5] Tipicamente a agitprop russa explicava a ideologia e as políticas do Partido Comunista e tentava convencer o público em geral a apoiar e aderir ao partido, partilhando os seus ideais. A agitprop foi também utilizada para a divulgação de informação e conhecimento ao povo, como novos métodos de agricultura. Após a Revolução de Outubro de 1917, um comboio do Agitprop percorreu o país, com artistas e actores a encenarem peças de teatro popular, de conteúdo político.[6] O primeiro chefe do Departamento de Propaganda e Agitação do Comité Central do Partido Comunista Russo (b) foi Ievguêni Preobrajenski.[7]

Deu origem ao teatro de agitprop, do qual as peças de Bertolt Brecht são um exemplo notável. Altamente politizado, esse teatro teve origem na Europa dos anos 1920 e se estendeu aos Estados Unidos.[8] O teatro de agitprop russo notabilizou-se pelo uso dos personagens (feitos de papelão), que encarnavam a perfeita virtude e maldade completa, e pelo seu escárnio grosseiro.[9] Gradualmente, o termo agitprop passou a descrever qualquer tipo de arte altamente politizada.

Formas

[editar | editar código-fonte]

Durante a guerra civil russa, a agitproputilizou-se de vários meios:

Comboio de Propaganda Bolchevique
Início: Mulher, aprenda a ler e a escrever! Embaixo: Oh, Mamã! Se fosses alfabetizada, podias ajudar-me! Poster de Elizaveta Kruglikova, datado de 1923, em defesa da alfabetização feminina.
Wikcionário
Wikcionário
O Wikcionário tem o verbete agitprop.
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Agitprop

Literatura

[editar | editar código-fonte]

Fontes

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «agitprop(n.)». Online Etymology Dictionary. Consultado em 2 de junho de 2020 
  2. The Editors of Encyclopædia Britannica (11 de julho de 2002). «agitprop». Encyclopædia Britannica. Encyclopædia Britannica, Inc. Consultado em 29 de janeiro de 2017 
  3. The Editors of Encyclopædia Britannica Article (11 de julho de 2002). «agitprop». Encyclopædia Britannica. Encyclopædia Britannica, Inc. Consultado em 29 de janeiro de 2017 
  4. «Agitprop». Encyclopædia Britannica. Consultado em 2 de junho de 2020 
  5. Merridale, Catherine (1990). Moscow Politics and the Rise of Stalin. London: Palgrave Macmillan. p. 142. ISBN 978-1-349-21044-2. doi:10.1007/978-1-349-21042-8_8 
  6. «Agitprop Train». YouTube. 15 de junho de 2007. Consultado em 9 de maio de 2009 
  7. «Departments, commissions and institutions of the Central Committee of RCP (b) - VKP (b) - CPSU» 
  8. Richard Bodek (1998) "Proletarian Performance in Weimar Berlin: Agitprop, Chorus, and Brecht", ISBN 1-57113-126-4
  9. Richard Pipes, Russia Under the Bolshevik Regime, p. 303, ISBN 978-0-394-50242-7
  10. Kenez, pp. 5–7
  11. Kenez, pp. 29-31
  12. Kenez, pp. 51-53
  13. Kenez, p. 59.
  14. Kenez, p. 74
  15. Kenez, pp. 77-78