Gorillas machos de "costas prateadas" são, geralmente, os alfas no seu grupo, e recebem tratamento preferencial, como a catação, por outros membros

Alfa (ou Alpha), no estudo do comportamento animal, é a designação por vezes dada ao indivíduo com o estatuto social mais elevado dentro de um grupo. Machos ou fêmeas, ou até mesmo ambos, podem ser alfa, dependendo da espécie. Quando um macho e uma fêmea assumem este papel em conjunto, são designados o par alfa.[1]

Os indivíduos alfa normalmente têm preferência no acesso a comida e outros itens e atividades, apesar dessas vantagens serem diferentes para cada espécie. Machos ou fêmeas alfa podem ter mais fácil acesso a pretendentes de ambos os sexos, e, em algumas espécies, apenas o alfa pode copular e se reproduzir.[2]

Os indivíduos alfa podem ganhar esta posição através de força física e agressão ou através de um esforço social e até mediante a construção de alianças dentro de um grupo.[3]

O indivíduo alfa pode ser desafiado e, eventualmente, perder sua posição para um outro integrante do grupo ou mesmo por um indivíduo recém-chegado. Nesse caso, ambos lutarão pela posição de alfa,[4] e o derrotado - normalmente, o mais fraco ou mais velho -, se não morrer, pode ter que deixar o grupo.

Popularmente, a expressão é aplicada, de forma irônica ou depreciativa, ao homem que abertamente empenhado em demonstrar alguma forma de superioridade sexual em relação aos demais.[5] No entanto, em seres humanos o conceito de um macho alfa não tem qualquer base científica. Os papéis de liderança humana variam de forma drástica com base no contexto social atual e os traços atribuídos a um "Alfa" e traços atribuídos a um "Beta" podem ser exibidos em cenários diferentes pelo mesmo indivíduo.[6]

Macho alfa humano

Assim como funciona na hierarquia da maioria das espécies mamíferas e primatas, o termo alfa e beta são normalmente usados para descrever a posição de um indivíduo dentro de uma hierarquia social. Em hierarquias lineares, os machos alfa são os machos com classificação mais alta dentro de um grupo, seguidos pelos machos beta e depois pelos machos gama.[7]

A posição do macho na hierarquia irá prever grande parte de seu sucesso reprodutivo, embora isso não seja determinante.[8] As características mais colocadas como importantes para sua classificação são estatura,[9] massa muscular, estrutura óssea do corpo e rosto.[10][11] No caso dos humanos, outras características entram em evidência como habilidades sociais e sucesso financeiro,[12][13] e outras são excluídas como o olfato aguçado usado para detectar feromônios sexuais.[14] Outras características como a inteligência[15] também são discutidas no artigo Seleção sexual nos humanos.[16]

É importante destacar que fêmeas alfas também existem na natureza, mas por conta de sua menor expressão nas espécies, normalmente não são usadas como exemplo nas hierarquias sociais.[17]

Exemplos

Ver também

Referências

  1. C. Michael Hogan, 2009. Painted Hunting Dog: Lycaon pictus, GlobalTwitcher.com, ed. N. Stromberg Arquivado em 9 de dezembro de 2010, no Wayback Machine.
  2. Mech, L. David. (1999). «Alpha status, dominance, and division of labor in wolf packs». Canadian Journal of Zoology. 77 (8): 1196–1203. doi:10.1139/z99-099. Consultado em 15 de novembro de 2015. Cópia arquivada em 14 de dezembro de 2005 
  3. de Waal, Frans (2007) [1982]. Chimpanzee Politics: Power and Sex Among Apes 25th Anniversary ed. Baltimore, MD: JHU Press. ISBN 978-0-8018-8656-0. Consultado em 13 de julho de 2011 
  4. Kate Ludeman and Eddie Erlandson. Alpha male syndrome. Harvard Business Press; 2006. ISBN 978-1-59139-913-1.
  5. A aposentadoria do macho alfa. Época.
  6. Burnett, Dean (10 de outubro de 2016). «Do alpha males even exist?». The Guardian. Guardian News and Media Limited. Consultado em 8 de dezembro de 2017 
  7. Partridge, Charlyn (2021). «Alpha, Beta, and Gamma Males». Encyclopedia of Evolutionary Psychological Science: 229–232. doi:10.1007/978-3-319-19650-3_2695 
  8. Agapakis, Christina. «Alpha males and adventurous human females: gender and synthetic genomics». Scientific American 
  9. «Conditional mate preferences: Factors influencing preferences for height». ScienceDirect. 2007. doi:10.1016/j.paid.2007.08.008 
  10. «Facial attractiveness: evolutionary based research». Philosophical transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences. 366: 1638–1659. doi:10.1098/rstb.2010.0404 
  11. «What Does Women's Facial Attractiveness Signal? Implications for an Evolutionary Perspective on Appearance Enhancement». Archives of Sexual Behavior. 51: 67-71. doi:10.1007/s10508-021-01955-4 
  12. «Social status predicts different mating and reproductive success for men and women in China: evidence from the 2010–2017 CGSS data». Behavioral Ecology and Sociobiology. 76 (101). doi:10.1007/s00265-022-03209-2 
  13. «Do alpha males deliver alpha? Facial width-to-height ratio and hedge funds». Institutional Knowledge at Singapore Management University. 57 (5). doi:10.1017/S0022109021000399 
  14. Gough, Nancy. «Essence of Alpha Male». Science Signaling. 2007 (397). doi:10.1126/stke.3972007tw272 
  15. Miller, Geoffrey. «Sexual selection for indicators of intelligence». The nature of intelligence. Novartis Foundation Symposium 233. G. Bock, J. Goode, & K. Webb. pp. 260–275 
  16. «Sex Differences in Human Mate Preferences: Evolutionary hypotheses tested in 37 cultures» (PDF). Behavioral and Brain Sciences. 12: 1-49 
  17. «Defining the Alpha Female: A Female Leadership Measure». Sage Journals. 17 (3). doi:10.1177/1548051810368681 
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