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O Audubon Theatre and Ballroom, geralmente conhecido como Audubon Ballroom, era um teatro e salão de baile localizado no número 3940 da Broadway, esquina com a West 165th Street, no bairro de Washington Heights, em Manhattan, Nova Iorque. Foi construído em 1912 e projetado por Thomas W. Lamb. O teatro foi conhecido por vários nomes, como William Fox Audubon Theatre, Beverly Hills Theater e San Juan Theater, e o salão de baile é notadamente conhecido por ser o local do assassinato de Malcolm X, em 21 de fevereiro de 1965. Atualmente o edifício abriga o Centro de Tecnologia e Negócios Audubon, que faz parte do Parque de Pesquisa Audubon da Universidade Columbia.[1]
O Audubon Ballroom foi construído em 1912 pelo produtor cinematográfico William Fox, que mais tarde fundou a Fox Film Corporation. Fox contratou Thomas W. Lamb, um dos principais arquitetos de teatro norte-americano, para projetar o edifício. O edifício continha um teatro com 2500 assentos, e um salão de baile no segundo andar que acomodava 200 convidados sentados.[2] Durante sua história, o Audubon Ballroom foi usado como uma casa de vaudeville, sala de cinema,[3] e sala de reuniões onde ativistas políticos frequentemente se reuniam.[2][4]
Na década de 1930, a Congregação Emes Wozedek, uma sinagoga cujos membros era predominantemente imigrantes da Alemanha, começou a usar as salas do subsolo do Audubon Ballroom para realizar seus serviços religiosos.[5] Mais ou menos na mesma época, vários sindicatos, incluindo os Trabalhadores do Trânsito Municipal, o Sindicato da Irmandade do IRT e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes, utilizaram as salas de reunião.[2] Em 1950, os congregantes compraram o prédio,[4] e continuaram a realizar suas reuniões lá até 1983.[6]
Entre os muitos eventos realizados no salão de baile estava o festival anual Mardi Gras de Nova Iorque.[2]
Depois que Malcolm X deixou a Nação do Islã em 1964, ele fundou a Organização da Unidade Afro-Americana (OAAU), cujas reuniões semanais eram realizadas no Audubon Ballroom. Foi em uma dessas reuniões, em 21 de fevereiro de 1965, que Malcolm X foi assassinado enquanto ele fazia um discurso.[2]
Por causa do não pagamento de impostos sobre a propriedade, a cidade de Nova Iorque tomou posse do teatro em 1967. No entanto, nas décadas de 1960 e 1970, o salão de baile funcionava como San Juan Theater, exibindo filmes que atendiam ao bairro cada vez mais hispânico. Fechou em 1980, e o prédio permaneceu desocupado e o exterior se deteriorou.[2]
Em 1989, a Universidade Columbia, com a Autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jérsei como parceira,[2] chegou a um acordo com a cidade,[2] e em 1992 iniciou o processo de demolição do Audubon Ballroom para substituí-lo por uma instalação de pesquisa médica.[2] Embora muitas autoridades municipais, incluindo o prefeito David Dinkins, fossem fortemente a favor fo projeto por causa dos empregos e ímpeto econômico que traria para a área, que havia sofrido muito com a crise econômica da década de 1970,[2] atividades comunitários e estudantes da Universidade Columbia – que ocuparam o Hamilton Hall no campus – protestaram contra a demolição planejada, e grupos de preservação histórica entraram com um processo sem sucesso para impedi-la.[7] Eles também foram incapazes de persuadir a Comissão para a Preservação dos Monumentos da Cidade de Nova Iorque a realizar uma audiência para dar ao edifício o status de marco histórico.[2]
Afinal um acordo foi alcançado, pelo menos em parte devido à pressão trazida pela presidente do borough de Manhattan Ruth Messinger e pela viúva de Malcolm X, Betty Shabazz, que favoreceram a reutilização adaptativa do edifício. Elas foram apoiadas por um relatório sobre sua integridade estrutural produzido por equipe pro bono de arquitetos reunidos pelo New York Landmarks Conservancy e pela Municipal Art Society.[2] O compromisso permitiu que a Columbia construísse na parte norte do prédio suas instalações de pesquisa – atualmente o Centro de Tecnologia e Negócios Audubon no Edifício de Pesquisa Biomédica Mary Woodard Lasker, parte do Parque de Tecnologia e Ciência Biomédica Audubon[8] uma parceria público-privada entre o Centro Médico da Universidade de Columbia e os governos do estado e da cidade de Nova Iorque. Em troca, dois terços da fachada original do Audubon Ballroom – a parte ao longo da Broadway e West 165th Street – seriam preservados e restaurados. Além disso, uma parte do salão interior onde Malcolm X foi morto, foi restaurada e protegida,[2][9] para ser transformada em um museu em homenagem a ele.
Em 2005, o Centro Educacional e Memorial Malcolm X e Dr. Betty Shabazz foi inaugurado no saguão para comemorar as contribuições de Malcolm X ao movimento pelos direitos civis.[10]
O arquiteto Thomas Lamb, que mais tarde projetaria o eclético United Palace nas proximidades, era um defensor do uso de ornamentação e cor nos exteriores de seus edifícios. Ele escreveria: "Ornamentos, cores e cenas exóticas são particularmente eficazes na criação de uma atmosfera na qual a mente é livre para brincar e se torna receptiva ao entretenimento."[11] De acordo com essa filosofia, a fachada do Audubon Ballroom apresenta policromia envernizada em terracota, incrustações e cornijas.[12] Suas ornamentações incluem raposas marrons entre as janelas do segundo andar, destinadas a homenagear Fox,[4] e, mais proeminentemente, uma colorida estátua tridimensional de Netuno em um navio.[2]
Alterações no prédio em 1996 foram feitas pelo escritório de arquitetura de Davis Brody Bond, que também projetou o novo edifício da Universidade Columbia, enquando a restauração da fachada foi feita pelo especialista em preservação Jan Hird Pokorny.[12]