Brejo de altitude | |
Brejo de altitude na Chapada do Araripe, Ceará. | |
Bioma | Mata Atlântica, Floresta tropical |
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Área | 4.800 km² |
Países | Brasil |
Brejo de altitude, brejo interiorano ou florestas de serra, são denominações dadas pelos ambientalistas (principalmente geógrafos) para áreas situadas no perímetro das secas, no interior da Região Nordeste do Brasil. São marcadas por um clima tropical úmido ou subúmido fresco, e até mesmo subtropical de temperaturas amenas. Devido à elevada altitude, criam todas as condições necessárias ao desenvolvimento de uma flora que reúne tanto características da Mata Atlântica (floresta Ombrófila Densa) quanto da caatinga (Savana Estépica), contrastando com as áreas circundantes, que possuem condições climáticas mais secas.
A WWF considera os brejos de altitude como uma ecorregião distinta do bioma da Mata Atlântica.
O termo "brejo", empregado na Caatinga como sinônimo de floresta de altitude, pode apresentar outras conotações em outras regiões. No Cerrado, pode designar campos de várzea (campos limpos ou sujos), ou veredas.[1][p.65]
Os brejos de altitude são encontrados em áreas do Planalto da Borborema, Chapada do Araripe, Depressão Sertaneja Meridional, Serra da Ibiapaba e Maciço de Baturité.
O relevo acidentado cria uma barreira natural às massas de ar, que, através do sistema de chuvas orográficas, acabam despejando umidade nas vertentes a barlavento e escarpas assimétricas criando micro-climas únicos com temperaturas brandas e com maior umidade, capazes de assegurar condições ideais ao desenvolvimento de uma flora mais exuberante.
Segundo estudiosos, foi catalogada a existência de 43 zonas de brejos de altitude, sendo que 72 por cento desses brejos se localizam nos pontos mais elevados do Planalto da Borborema, entre os estados da Paraíba e Pernambuco, onde o domo alcança suas maiores elevações.
Os brejos de altitude apresentam características botânicas bem particulares, contrastando com a caatinga encontrada no interior das regiões semiáridas do Nordeste brasileiro.
A cobertura vegetal dos brejos de altitude pode ser divididas em dois tipos, segundo a fitofisionomia dos locais onde são encontradas:
Os brejos de altitude são tidos como biomas pouco estudados no que se refere à botânica brasileira.
Muitos municípios dos estados de Pernambuco e Paraíba sobre o Domo da Borborema (agreste e Sertão) estão situados em áreas de brejo ou próximos a essas regiões, devido à presença mais abundante de água do que em seu entorno semiárido e árido, como, por exemplo, em Garanhuns (Pernambuco) e Bananeiras (Paraíba).
Devido às suas qualidades excepcionais de solo e clima, os brejos foram alvo de desmatamento durante todo o processo de povoamento e ocupação do interior do Nordeste, levando à destruição de todo um ecossistema com espécies endêmicas.