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Nome | Clube de Futebol "Os Belenenses" | ||
Alcunhas | Azuis Pastéis Azuis do Restelo Azuis da Cruz de Cristo | ||
Torcedor(a)/Adepto(a) | Pastel
Belenense | ||
Principal rival | Benfica Sporting Porto | ||
Fundação | 23 de setembro de 1919 (104 anos) | ||
Estádio | Estádio do Restelo | ||
Capacidade | 19 856 lugares | ||
Localização | Lisboa, Portugal | ||
Presidente | ![]() | ||
Treinador(a) | ![]() | ||
Patrocinador(a) | Kubo | ||
Material (d)esportivo | Joma | ||
Competição | Liga Portugal 2 Taça de Portugal | ||
Website | http://www.osbelenenses.com | ||
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O Clube de Futebol "Os Belenenses", ComC • OB é um clube português fundado a 23 de setembro de 1919, e tem sede em Lisboa, na freguesia de Santa Maria de Belém. [1]
Além de 3 Taças de Portugal, as vitórias nos 4 Campeonatos Nacionais, incluindo o antigo Campeonato de Portugal, foram os momentos mais significativos da sua história, ostentando ainda 3 vice campeonatos e 14 terceiros lugares no principal campeonato de Portugal, a quarta melhor performance entre clubes.
Ao contrário de muitos jovens adeptos e dos adeptos do futebol negócio o Belenenses continua a ser um Grande o 4º Grande e por muitos o maior de Portugal. Em 1933, o Belenenses era um dos mais poderosos clubes de futebol em Portugal: tinha 3 Campeonatos de Portugal, tal como o F.C. Porto, contra 2 do Benfica, 1 do Sporting, 1 do Olhanense e 1 do Marítimo, e era também o clube com mais jogadores presentes na Selecção Portuguesa desde o início da atividade desta. Manteve esta posição até 1935, e a segunda posição até 1951. Ainda hoje é o quarto clube com mais internacionalizações, com cerca do dobro do quinto e sexto colocados (Boavista e Vitória de Setúbal).
Daí que os grandes rivais do Belenenses sejam Benfica, Sporting e Porto, para além dos mais recentes Vitória de Setúbal, Braga e Boavista. Até 1982, o Belenenses pertencia ao quarteto dos "Grandes", porém nesse ano, pela primeira vez na sua história, o clube foi despromovido à II Divisão, passando a serem considerados apenas "3 Grandes", por essa razão, ainda hoje muitos o consideram o 4.º Grande, pelo seu historial e por somados todos os pontos de sempre do campeonato ainda ter uma boa vantagem sobre os restantes clubes. É também o quarto clube com mais participações na Primeira Liga.
Clube fundador da 1.ª Divisão Nacional em 1935, o CF "os Belenenses" permaneceu neste campeonato até 1982, ano em que aconteceu a 1.ª descida à 2.ª Divisão Nacional. No dia 23 de Fevereiro de 2014, contra o Club Sport Marítimo, o Belenenses completou 2000 jogos no campeonato e pese embora a fase menos boa dos últimos anos, o clube regista números dignos de registo: 834 vitórias; 482 empates e 683 derrotas.
Ao longo da sua história, o Belenenses defrontou e venceu algumas das mais poderosas e conhecidas equipas do mundo: o Barcelona, o Valência, o Borussia Dortmund (na Alemanha), o Bayer Leverkusen, o Mónaco, o Olympique Lyonnais, o Benfica, o Vasco da Gama, o Cruzeiro de Belo Horizonte, o Sporting, o Newcastle, o Deportivo de La Coruña, o Porto o Bayern de Munique, o Sevilha, o Stade de Reims, o Dínamo de Zagreb, o Basileia e o Real Madrid (uma das vezes por 3-0). Com o Real Madrid, o mais bem sucedido clube mundial do século XX, o Belenenses teve fortes ligações: foi especialmente convidado para inaugurar o Estádio daquele clube, e voltou a sê-lo quando o estádio fez as bodas de prata e houve a festa de homenagem ao hexacampeão europeu, Francisco Gento.
O Belenenses foi o primeiro clube português a participar na Taça UEFA, estreando-se com um empate 3-3 em casa dos escoceses do Hibernian.
Registo ainda para o facto de o Belenenses ter sido a equipa a marcar mais golos num só jogo de todos os campeonatos nacionais: 15-2 à Académica. Aliás, no espaço de uma semana ganhou também por 14-1 ao Salgueiros, ou seja, marcou 29 golos em duas jornadas. Na Taça de Portugal tem a segunda maior goleada de sempre com 17-0 ao GD Vila Franca. Entre os clubes que foram goleados pelo Belenenses, contam-se o Benfica (8-3 em casa e 5-0 em campo neutro), o Futebol Clube do Porto (7-3 em casa e 6-2 e 4-0 fora) e o Sporting Clube de Braga (9-3), ou ainda o Vitória de Guimarães (12-1), o Boavista (10-0) e o Vitória de Setúbal (9-0), para referir alguns dos mais cotados.
No início do século XX já tinha havido em Belém, aquele que seria o germe aglutinador do Belenenses, o Sport União Belenense que, não resistindo à evolução do futebol acabou por se extinguir em 1919, precisamente o ano de fundação do Clube de Futebol “os Belenenses”.
Assim, foi numa “noite de verão” (como descreve Acácio Rosa) que, num banco de jardim, Artur José Pereira reuniu os primeiros entusiastas: o seu irmão Francisco Pereira, Henrique Costa, Carlos Sobral, Joaquim Dias, Júlio Teixeira Gomes, Manuel Veloso e Romualdo Bogalho. Depois desse encontro a ideia do novo clube foi submetida ao juízo de Virgílio Paula e Francisco Reis Gonçalves. Várias reuniões se sucederam, com mais intervenientes ainda, até que a uma Terça-Feira, 23 de Setembro, na Praça Afonso de Albuquerque, se decidiu a fundação do novo Clube: o Clube de Futebol “Os Belenenses”.
Destaque-se também que muitos destes fundadores eram ex-jogadores do Sport Lisboa e Benfica e do Sporting Clube de Portugal, que abandonaram os seus clubes de forma a fundarem um novo, representativo do seu bairro, o bairro de Belém. Para a história ficou a frase de Francisco Stromp, figura máxima do Sporting, que quando questionado sobre o abandono de Artur José Pereira terá reagido da seguinte maneira: “o Artur que vá à merda e funde o tal clube em Belém!”. Também é de notar que ao contrário dos clubes da época, foi adotada a designação “Clube de Futebol”, à portuguesa, e não “Futebol Clube”.
No dia 30 de Novembro de 1919, o Belenenses disputou o primeiro desafio da sua história, defrontando o Vitória Futebol Clube (Setúbal) no “Stadium” do Lumiar, acabando a equipa visitante por vencer 1-0.
Tende-se a fazer crer que em Portugal sempre houve – e só – 3 clubes grandes, que sempre dominaram a larga distância de todos os outros. E que, muito ocasionalmente, quase por um capricho da sorte, o Belenenses e, mais tarde o Boavista, foram intrusos passageiros.
Ora, a verdade é toda outra, visto que o Belenenses fez incontestavelmente parte, durante 5 ou 6 décadas de um quarteto de grandes; foi 4 vezes o melhor de Portugal; durante décadas e décadas seguidas era sempre candidato assumido a todos os troféus nacionais (Campeonato de Portugal, Campeonato Nacional e Taça de Portugal); e se só ganhou um Campeonato Nacional, esteve na luta pela sua conquista muitos e muitos anos até bem perto do fim – aliás, por 5 vezes chegou à última jornada a poder ser campeão.
O Belenenses do fim dos anos 1920 e começo dos anos 1930, havia-se imposto como um clube vencedor e, nesse período, sem dúvida, o mais bem sucedido de Portugal.
Em 7 ou 8 anos de ouro, o Belenenses foi 3 vezes campeão de Portugal (1927, 1929 e 1933) e 2 vezes vice-campeão (1926 e 1932). Além disso, numa prova que ao tempo tinha imensa importância, foi, no mesmo período, 4 vezes campeão de Lisboa: 1926, 1929, 1930 e 1932. Ou seja, nestas 8 épocas, só numa delas não foi conquistado nenhum troféu (1928).
Apesar de recentemente criado e muitos lhe vaticinarem um fim rápido, o Belenenses cedo se impôs como um dos maiores clubes de Portugal desde o Campo do Pau de Fio, nome dado devido ao poste de telégrafo situado no terreno e logo em 1919/20 marcou presença na final do Campeonato de Lisboa, perdendo contra o Benfica.
A 10 de Junho de 1921, realiza-se o primeiro jogo internacional, vitória por 2-0 contra o Sevilla Fútbol Club.
A época 1925/26 marca o início da grande afirmação do Belenenses, com a conquista do Campeonato de Lisboa, em cada do Sporting, após um triunfo por 1-0 (no ano anterior havia perdido a final). Mas mais troféus se seguiram, apesar da derrota na final do Campeonato de Portugal (1922-1938) desse ano, no ano seguinte a história foi diferente. Ao vencer por 3-0 o Vitória FC, o Belenenses sagrou-se campeão nacional, repetindo a façanha 2 anos depois, com uma vitória na final por 3-1 ao União de Lisboa. No fim desta década, o Belenenses era, a par do Futebol Clube do Porto, o clube com mais campeonatos de Portugal.
Relativamente ao Campeonato de Lisboa, o Belenenses voltou a conquistá-lo em 1928/29 e 1929/30.
A 29 de Janeiro de 1928 deu-se a inauguração do Campo das Salésias, casa do clube até 1956.
O dia 28 de Fevereiro de 1926 marcou a estreia oficial de José Manuel Soares (Pepe) pela equipa principal do Belenenses, num jogo contra o Benfica, que chegou ao intervalo a vencer por 1-0. Na segunda parte, o Belenenses recuperou da desvantagem e empatou o jogo por duas vezes (2-2), no entanto, a 15 minutos do fim o resultado sorria aos encarnados (4-2), eis que aos 80 minutos, o Belenenses reduz a desvantagem para 4-3 e três minutos depois empata o jogo. Já nos minutos finais, o árbitro assinala uma grande penalidade a favor dos azuis da Cruz de Cristo. Os jogadores de Belém sentiram o peso do momento e ninguém queria assumir a responsabilidade de mercar. Augusto Silva, o capitão, aponta então para Pepe, que não se vergou e marcou o 5-4 final, sorrindo a vitória aos de Belém. Era o nascimento dos “15 minutos à Belenenses” e não mais saiu Pepe da equipa principal.
Nos anos 1930, o Belenenses continua a mostrar a sua grandiosidade, vencendo novamente o Campeonato de Lisboa em 1931/32 e o Campeonato de Portugal na época seguinte, estando presente na final ainda em 1931/32 e 1935/36.
Foi também nesta década que prosseguiram as obras de melhoramento do agora denominado Estádio José Manuel Soares, após a trágica morte desta lenda azul em 1931, que muito abalou os Belenenses, em particular, e o desporto português e a cidade de Lisboa, em geral. Em 1937, este foi considerado o melhor estádio português, sendo também a casa da seleção nacional e das finais da Taça de Portugal até à inauguração do Estádio Nacional.
Para a história fica também quando a 30 de Janeiro de 1938, Artur Quaresma, Simões e Amaro se recusaram a fazer a saudação fascista num jogo entre a seleção nacional e a sua congénere espanhola.
Esta década inicia-se com a tripla presença na final da Taça de Portugal, primeiro em 1939/40, com a derrota por 3-1 frente ao Sport Lisboa e Benfica e, novamente em 1940/41, 4-1 frente ao Sporting. Finalmente, à terceira foi de vez e, na época seguinte, graças aos golos de Artur Quaresma e Gilberto Vicente frente ao Vitória Sport Clube, o vencedor da Taça de Portugal foi o Belenenses. Ainda em 1947/48, nova presença e nova derrota, desta feita por 3-1 frente ao Sporting.
Após vários anos no pódio, em 1945/46, o Belenenses sagra-se pela primeira e única vez Campeão Nacional da Primeira Divisão, estando essa conquista relatada de forma mais pormenorizada no capítulo seguinte. Para a posterioridade fica a equipa: Artur Quaresma, Mariano Amaro, Serafim das Neves, Vasco Oliveira, Armando, Feliciano, Francisco Gomes, António Capela, Rafael Correia, Manuel Andrade, José Pedro, Elói, Mário Coelho, José Sério, Francisco Martins, Mário Sério e António Martinho. Era treinador, Augusto Silva. A defesa desta magnífica equipa ficou para sempre conhecida como as “Torres de Belém”, Capela, Vasco, Feliciano, Gomes e, nalgumas versões, Serafim.
No ano seguinte, o Belenenses foi o convidado do Real Madrid Club de Fútbol para a inauguração do Estádio Santiago Bernabéu, facto que deixou os portugueses muito orgulhosos.
Destacam-se também as presidências de Salvador do Carmo, Constantino Fernandes, Octávio de Brito, Américo Thomaz e, aos 36 anos, de Acácio Rosa, uma das grandes figuras do dirigismo no Belenenses.
A 26 de Maio de 1946, o Belenenses foi pela última vez campeão de Portugal com um goal average de 74-24, a melhor defesa no Campeonato Nacional. Invicto nos jogos em casa do Campeonato Nacional. Campeão de Lisboa (3 pontos de avanço sobre o Sporting, 5 sobre o Atlético e 6 sobre o Benfica). Mais uma vez o Belenenses teve de lutar contra várias adversidades e a tarefa não se afigurava muito fácil. O então Sport Lisboa e Elvas era filial do Benfica que, para lá enviou um técnico seu, a fim de tentar afastar o Belenenses do título.
E o jogo não podia ter começado pior. Logo aos 2 minutos, o Elvas colocou-se em vantagem. O Belenenses, até ao intervalo, apesar de todo o esforço desenvolvido, não conseguiu chegar ao golo. E era preciso mais do que um golo: o empate não bastava. Ao intervalo, alguns jogadores mais experientes ou mais frios reuniram a equipa, procuraram readquirir a calma e reagrupar as forças, dizendo: “Nós temos que ganhar isto!”. E ganharam!
A equipa cerrou fileiras e foi para a frente, à procura dos golos. Aos 66 minutos, Vasco fez uma das suas arrancadas, foi por ali fora, junto à lateral direita, ultrapassando todos os adversários que se lhe colocavam no caminho. Só em falta foi travado. Do livre, resultou o golo, apontado por Andrade.
Faltavam 24 minutos e era preciso mais um golo. Aos 77 minutos, foi novamente Vasco a invadir o meio-campo contrário e ceder a bola a Artur Quaresma. Arrancou este para a área contrária e disparou o remate que, à boca da baliza, Rafael desviou para golo. Era o 2-1.
Seguiu-se um quarto de hora de ansiedade, apesar do Belenenses dominar o jogo completamente. Até que soou o apito final. Erguidos todos num abraço ao treinador Augusto Silva, os atletas azuis, banhados em suor e lágrimas gritavam “Belém! Belém! Belém!”, enquanto o público belenense invadia o campo para celebrar.
E a festa alastrou de Elvas até à capital (com ecos em todo o país). A aproximação e chegada a Lisboa da caravana belenenses foi apoteótica. Milhares de belenenses tinham-se deslocado a Elvas, em carros, camionetas e por comboio. Aqui e acolá, gente acenava e festejava nas estradas.foi sempre em crescendo: havia aclamações em praticamente todas as localidades por onde se ia passando, cada vez mais intensas à medida que se aproximava a margem Sul do Tejo. Em Cacilhas, o largo principal, em frente do local onde se apanham os barcos, estava repleto de pessoas, que queriam festejar o título e vitoriar os jogadores. Do outro lado, avistava-se o Cais do Sodré inundado de gente, que se ia tornando mais nítida à medida que o barco se aproximava. As aclamações estenderam-se desde o Cais do Sodré, por toda a Avenida 24 de Julho, ladeada por milhares de pessoas, num cordão quase ininterrupto, com inúmeras bandeiras do Belenenses, até (uns bons 5 kms depois) culminar entusiasticamente em volta da nossa, tão nossa, estátua de Afonso Albuquerque (ali onde o clube nascera) e diante da sede em Belém, onde os jogadores, em especial o Capitão Amaro, e também o treinador Augusto Silva, vieram à janela agradecer os aplausos e incentivos.
Costuma-se dizer que na história do Belenenses há um “antes de Cristo” e um “depois de Cristo”, neste caso, a época de 1954/55, umas das últimas nas Salésias, marcou para sempre a história do Belenenses. Partindo para a última jornada na liderança, o Belenenses só dependia de si para ser campeão, numa luta contra o Benfica. O último adversário a enfrentar era o Sporting, já arredado desta luta e o jogo até começou da melhor maneira quando Perez inaugurou o marcador logo aos 4 minutos, Albano empatava aos 11 minutos de pénalti, mas antes do intervalo ainda Matateu recolocava os azuis na liderança. Matateu ainda fez o 3-1, mas o árbitro anulou o golo (apesar do fiscal apontar para o meio campo!), alegando que a bola não passar a linha de golo, algo desmentido anos mais tarde pelo guardião do Sporting numa entrevista à Bola. Eis que a 10 minutos do final, Martins gela as Salésias, fazendo o 2-2 que sagrou o Benfica campeão nacional. Ainda por cima, no banco dos leões estava Scopelli, treinador tão querido dos azuis.
Apesar deste duro golpe, nos anos seguintes o Belenenses só falhou o pódio por uma ocasião, já no Restelo, estádio inaugurado a 23 de Setembro de 1956, construído com o esforço dos Belenenses sob uma pedreira. A partida inaugural foi frente ao Sporting (vitória por 2-1, com golos de Miranda e Matateu para os da casa), a iluminação nocturna estreou-se dois dias mais tarde frente ao Stade Reims, nova vitória, desta vez por 2-0, com os golos a serem da autoria dos mesmos jogadores, Miranda e Matateu. A 30 de Setembro foi a vez da primeira partida oficial, uma goleada por 5-1 frente ao Vitória FC, para o campeonato português.
Nesta década caem no Restelo clubes como o Newcastle (2-1, com a Rainha Isabel II a assistir), Saint-Étienne (3-1, campeão francês na época) e o Barcelona (2-1), destacando-se ainda as goleadas impostas frente ao Braga (9-3) e Vitória FC (9-1). Para tais resultados, muito contribuiu a magia de jogadores como Matateu, Yaúca e Di Pace e treinadores como Fernando Riera e o “mago” Helenio Herrera. Na presidência destacam-se homens como Francisco Mega e Francisco Soares da Cunha, o homem do Estádio.
Esta década iniciou-se de forma auspiciosa, com a conquista da segunda Taça de Portugal em Julho de 1960, após uma vitória por 2-1 frente ao Sporting, era o capitão desta equipa Vicente Lucas. Porém nesta década continuou a sentir-se o forte abalo das despesas com o estádio do Restelo, registando-se algumas classificações aquém das expectativas, quedando-se na segunda metade da década por classificações a meio da tabela.
Há que destacar a estreia na Taça das Cidades com Feira (precursora da Taça UEFA), em 1961 frente ao Hibernian, alcançando um empate a três bolas na Escócia, apesar do Belenenses ter chegado ao intervalo a vencer por 3-0 e uma derrota 1-3 no Restelo e no ano seguinte igual participação frente ao poderoso Barcelona, alcançando um empate em ambas as eliminatórias (1-1). Em 1963, terceira participação seguida na competição, desta vez mais feliz, tendo o clube do Restelo atingido a segunda ronda, eliminando o Tresnjevska e caindo perante a Roma.
Ocorre a primeira participação na Taça UEFA, em 1973/74, frente ao Wolverhampton (derrotas, 0-2 em Lisboa e 1-2 em Inglaterra) e, depois, em 76/77, frente ao Barcelona (2-2 em Lisboa e derrota 2-3 em Barcelona). Quanto ao campeonato destaca-se o segundo lugar obtido em 1972/73 e o terceiro lugar de 1975/76, as únicas presenças do Belenenses no pódio durante esta década.
Em 1972, o Real Madrid convidou o Belenenses para as Bodas de Prata do Santiago Bernabéu e a homenagem ao capitão Gento, fruto das boas relações entre os dois clubes. O resultado sorriu aos madrilenos, fixando-se em 2-1.
Em 1975 deu-se aquela que é registada como a maior enchente do Estádio do Restelo, com uma moldura humana de cerca de sessenta mil pessoas a assistir ao Belenenses-Benfica, numa altura que ambas as equipas disputavam o troféu, tendo vencido a equipa da casa por 4-2, saltando o Belenenses para a liderança do campeonato.
Também nesta época, o Belenenses sagrou-se, pela quarta vez, campeão nacional de andebol.
Por fim, entre 1972-74 foi presidente, Major Baptista da Silva, nome incontornável da história do clube.
Os anos 1980 marcaram a primeira descida de divisão do Belenenses, em 1981/82. Esta foi uma época bastante atribulada em que o clube teve 7 treinadores, não conseguindo evitar o penúltimo lugar no Campeonato. Ao contrário do que se esperava, na época seguinte, o Belenenses não conseguiu confirmar o estatuto de favorito e acabou o campeonato num desapontante 4.º Lugar.
A época 1984/85 simbolizou o regresso ao convívio entre os Grandes e logo o Clube parecia ter ultrapassado este mau momento, regressando com grande pujança como provam as brilhantes épocas sob o comando de Marinho Peres, em que se alcançou o 3.º Lugar no Campeonato (1987/88) e a presença e vitória na final da Taça de Portugal em 1988/89, levantada pelo saudoso capitão José António, destacando-se a eliminação de Porto, Sporting e Benfica nesta caminhada. Esta conquista marcou a “vingança” do Belenenses, pois em 1985/86 a vitória tinha sorrido aos encarnados.
Também na Taça de Portugal, é de assinalar a segunda maior goleada da prova, um 17-0 frente ao Vila Franca com um hat-trick do desconhecido José Mourinho.
Nas competições europeias, destaque para a vitória no Restelo frente ao Barcelona (1-0) com golo de Mapuata e igual resultado frente ao Bayer Leverkusen, detentor da Taça UEFA do ano anterior, que foi mesmo eliminado pelo Belenenses, golo de Mladenov na Alemanha e Adão em Portugal. Já a fechar, destaca-se o empate frente ao Mónaco, 1-1 no Restelo, como foi hábito, os sorteios colocavam quase sempre os grandes clubes europeus no caminho do Belenenses.
Porém o brilho da década de 1980 foi sol de pouca dura, em 1990/91, o Belenenses desceu novamente de divisão, iniciando-se o ciclo intermitente e a queda gradual do nível do Clube. Com Abel Braga, confirmou-se o regresso à primeira divisão e o 7.º Lugar na época seguinte, contudo no meio de uma grande instabilidade diretiva e acumulação de dívidas, em 1997/98 deu-se o inevitável, uma nova descida de divisão. Desta década, salienta-se como dado positivo, a inauguração do Complexo Olímpico das Piscinas do Belenenses em 1993, numa obra que foi um grande motivo de orgulho para todos, bem como os grandes resultados de Francis Obikwelu ao serviço do atletismo do Belenenses.
Para a história fica também a estreia de Ronaldo, o Fenómeno, com a camisola do Cruzeiro, numa vitória por 2-0 no Restelo, foi ele mesmo quem inaugurou o marcador.
Em 1994, o Belenenses foi, pela última vez, campeão nacional de andebol, numa época bastante disputada com o Benfica.
O século XXI marcou uma viragem dura para o Belenenses, com a incapacidade de adaptação a um novo futebol cada vez mais virado para o negócio, para a memória ficam as quedas do Porto, de Mourinho (3-0) e do Benfica de Trapattoni (4-1), no Restelo, a consagração de Meyong como melhor marcador do campeonato 2005/06, sucedendo a outro M, o de Matateu. Recordam-se também os bons resultados obtidos na presidência de Cabral Ferreira com Jorge Jesus a treinador, tendo 2007 marcado o regresso do Belenenses às grandes finais (da Taça de Portugal) e às competições europeias, com uma excelente participação frente ao poderoso Bayern Munique.
Seguiram-se anos de má gestão que culminaram na perda da maioria da SAD, vendida no final do ano de 2012 à empresa Codecity, iniciando-se aí o período mais conturbado na história do Belenenses, devido às difíceis relações entre a direção do Clube e da SAD e às tensões com os próprios adeptos. Realça-se, ainda assim, a presença na fase de grupos da Liga Europa, eliminando até lá chegar o IFK Gotemburgo e o Altach.
Não obstante as prestações menos risonhas no futebol, as modalidades do Belenenses continuam a ter grande destaque.
Realçam-se assim os anos dourados do Futsal do Clube, entre 2007 e 2011, com presença nas decisões do Campeonato e a vitória na Taça de Portugal. Sob o comando técnico de Alípio Matos, vestiram a camisola azul jogadores de grande notoriedade como Higuita, Marcão, Bruno Coelho, Jardel, Zé Maria, Caio Japa, Pedro Cary, Marcelinho, Diego Sol e, mais tarde, Bruno Pinto e Tunha.
Também no Andebol, no Futebol de Praia (campeões nacionais em 2012) e no Rugby (campeões nacionais em 2002/03, 2007/08 e 2017/18, vencendo a Taça de Portugal em 2019), o clube obteve resultados de grande destaque.
No final da época 2017-18, CF os Belenenses (Clube) e Belenenses SAD seguiram caminhos separados, pois o "Protocolo sobre o uso do Estádio do Restelo" terminou e a SAD recusou negociar um novo contrato com o Clube. Assim, a partir da temporada 2018-19, os Belenenses SAD (equipa profissional) jogam os respetivos jogos da Primeira Liga no Estádio de Honra (Centro Desportivo Nacional do Jamor), enquanto o CF "os Belenenses" continua a jogar no Estádio do Restelo, registando uma equipa amadora na 3.ª Divisão Distrital da AF Lisboa, o equivalente à sexta divisão (menor divisão portuguesa), com o apoio da maioria dos fãs e sócios do clube.
Como consequência, a Belenenses SAD foi legalmente proibida de usar o logótipo, o nome completo, as condecorações[2] e o nome da Belenenses e agora usa um novo logótipo,[3] bem como o nome B-SAD. Nos primeiros jogos da temporada, a equipa da B-SAD teve assistências de poucas centenas de espectadores, enquanto a equipa do clube teve aproximadamente 5000 espectadores no jogo de estreia, revertendo um longo declínio no número de espectadores.
No dia 14 de Abril de 2018, ao vencer o Talaíde por 7-0, o Belenenses confirmou a subida à 2.ª Divisão Distrital da AF Lisboa, a seis jornadas do fim do campeonato. Durante a época, a equipa foi várias vezes destacada pela comunicação social pelo número impressionante de adeptos que a acompanhavam, especialmente nos jogos fora, como foi o caso do desafio que opôs o CD Estrela (formado por sócios do extinto Clube de Futebol Estrela da Amadora) e o Belenenses e que contou com perto de 8 mil espectadores nas bancadas, perto do triplo de pessoas que estavam no Jamor, a assistir ao B-SAD - Vitória Sport Clube, realizado à mesma hora.
Em Outubro de 2021, o Tribunal Cível da Comarca de Lisboa deu razão ao CF Os Belenenses, reconhecendo que ambos já nada tinham em comum, podendo o clube disputar livremente os campeonatos profissionais desde que o consiga por mérito, constituindo uma nova SAD ou SDUQ. O Tribunal da Relação de Lisboa, em Abril de 2022, confirmou a decisão recorrida.
O emblema do Belenenses pouco se alterou do original, apenas com mudanças nas cores (e padrões) e no escudo.
O emblema atual é constituído por um escudo branco (com margens azuis), duas faixas azuis em X (com margens brancas), a Cruz de Cristo ao centro e as iniciais do clube (CFB) foram postas em três dos quatro espaços brancos (em dourado).
Ao longo do tempo o emblema foi gradualmente alterado até ao atual (que mesmo assim não difere muito do inicial), o original era parecido ao atual diferindo apenas na forma do escudo, que era mais triangular e a cor que era um azul acinzentado, mais tarde o fundo do emblema foi arredondado e as margens do escudo e das faixas passaram a ser douradas. Em tempos mais recentes as margens (do escudo e das faixas) passaram a ser azuis, as iniciais passaram a ser douradas e mantiveram o escudo, as modificações seguintes iriam da origem ao emblema atual.
Talvez a variação mais dramática do emblema em relação à evolução deste foi um emblema usado pelo Belenenses na década de 1970 que consistia num escudo branco com margens douradas, a Cruz de Cristo ao centro e as iniciais (CFB) dentro do escudo por cima da cruz.
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* Campeonato ainda a decorrer
LEGENDA: POS = Posição na tabela de classificação; J = Jogos realizados; V = Vitórias; E = Empates; D = Derrotas; GM = Golos Marcados; GS = Golos Sofridos; PTS = Pontuação Final
Escalão | Nº presenças | Venceu | Melhor classificação | ||
Primeira Liga | 77 | 4 | 1º | ||
Liga 2 | 5 | 2 | 1º | ||
Liga 3 | 2 | 0 | 2⁰ | ||
Campeonato de Portugal | 1 | 0 | 3°
(Fase de subida) | ||
AF Lisboa 1ª Divisão | 1 | 1 | 1º | ||
AF Lisboa 2ª Divisão | 1 | 1 | 1º | ||
AF Lisboa 3ª Divisão | 1 | 1 | 1º | ||
Taça de Portugal | 79 | 3 | Vencedor | ||
Taça da Liga | 11 | 0 | Fase de Grupos | ||
Taça AF Lisboa | 2 | 0 | 4ª Eliminatória | ||
Supertaça de Portugal | 1 | 0 | Finalista | ||
Taça UEFA/Liga Europa | 10 | 0 | Fase de Grupos | ||
Taça Intertoto | 2 | 1 | Vencedor | ||
Taça das Taças | 1 | 0 | 1ª Eliminatória | ||
Campeonato de Portugal (Extinto) | 12 | 3 | Vencedor | ||
Campeonato de Lisboa | 27 | 6 | 1º | ||
atualizado a 25 de setembro de 2021 |
Escalão | 00/01 | 01/02 | 02/03 | 03/04 | 04/05 | 05/06 | 06/07 | 07/08 | 08/09 | 09/10 | 10/11 | 11/12 | 12/13 | 13/14 | 14/15 | 15/16 | 16/17 | 17/18 | 18/19 | 19/20 | 20/21 | 21/22 | 22/23 | 23/24 |
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Primeira Liga | 7º | 5º | 9º | 15º | 9º | 15º | 5º | 8º | 15º | 15º | - | - | - | 14º | 6º | 9º | 14º | 12º | - | - | - | - | - | - |
Liga 2 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | 13º | 5º | 1º | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - 18⁰ |
Liga 3 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | -2⁰ | - |
Campeonato de Portugal | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | -3⁰ | - | - |
AF Lisboa 1ª Divisão | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | 1º | - | - | - |
AF Lisboa 2ª Divisão | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | 1º | - | - | - | - |
AF Lisboa 3ª Divisão | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | - | 1º | - | - | - | - | - |
Honrarias | |||
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Condecorações | Atribuído | Anos | |
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Instituição de Utilidade Pública | 1 | 1960 |
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Medalha de Mérito Desportivo | 1 | 1956 |
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Comendador da Ordem Militar de Cristo | 1 | 1933 |
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Oficial da Ordem de Benemerência | 2 | 1935 |
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Ordem de Benemerência da Cruz Vermelha | 1 | |
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Benemérito da Cruz de Malta | 1 | |
Competições Nacionais | |||
Competição | Venceu | Épocas | |
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Primeira Liga | 1 | 1945–46 |
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Campeonato de Portugal | 3 | 1926–27, 1928–29 e 1932–33 |
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Taça de Portugal | 3 | 1941–42, 1959–60 e 1988–89 |
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Total de troféus | 7 | 7 Nacionais |
Competições Regionais | |||
Competição | Venceu | Épocas | |
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Campeonato Regional de Lisboa | 6 | 1925–1926, 1928–1929, 1929–1930, 1931–1932, 1943–1944 e 1945–1946 |
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Taça de Honra | 6 | 1959–1960, 1960–1961, 1969–1970, 1975–1976, 1989–1990 e 1993–1994 |
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AF Lisboa 1ª Divisão | 1 | 2020-2021 |
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Total de troféus | 20 | 7 Nacionais e 13 Regionais |
Festival Continental | |||
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Condecorações | Venceu | Épocas | |
Taça Intertoto (pré-UEFA) | 1 | 1975 | |
Nacionais Divisões Subalternas | |||
Competição | Venceu | Épocas | |
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Segunda Divisão | 1 | 1983–84 |
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Segunda Liga | 1 | 2012–13 |
Regionais Divisões Subaltenas | |||
Competição | Venceu | Épocas | |
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AF Lisboa 2ª Divisão | 1 | 2019-2020 |
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AF Lisboa 3ª Divisão | 1 | 2018-2019 |
Histórico nas provas internacionais
Época | Competição | Eliminatória | Adversário | Casa | Fora | Agregado |
---|---|---|---|---|---|---|
1961–62 | Taça das Cidades com Feiras | 1R | ![]() |
1–3 | 3–3 | 4–6 |
1962–63 | Taça das Cidades com Feiras | 1R | ![]() |
1–1 | 1–1 | 2–21 |
1963–64 | Taça das Cidades com Feiras | 1R | ![]() |
2–0 | 2–1 | 4–1 |
2R | ![]() |
0–1 | 1–2 | 1–3 | ||
1964–65 | Taça das Cidades com Feiras | 1R | ![]() |
1–1 | 0–0 | 1–12 |
1973–74 | Taça UEFA | 1R | ![]() |
0–2 | 1–2 | 1–4 |
1976–77 | Taça UEFA | 1R | ![]() |
2–2 | 2–3 | 4–5 |
1987–88 | Taça UEFA | 1R | ![]() |
1–0 | 0–2 | 1–2 |
1988–89 | Taça UEFA | 1R | ![]() |
1–0 | 1–0 | 2–0 |
2R | ![]() |
0–0 | 0–0 | 0–03 | ||
1989–90 | Taça dos Clubes Vencedores de Taças | 1R | ![]() |
1–1 | 0–3 | 1–4 |
2007–08 | Taça UEFA | 1R | ![]() |
0–2 | 0–1 | 0–3 |
2015–16 | Liga Europa | 3Q | ![]() |
2–1 | 0–0 | 2–1 |
PO | ![]() |
0–0 | 1–0 | 1–0 | ||
Grupo I | ![]() |
0–2 | 2–1 | 4º lugar | ||
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0–4 | 0–1 | ||||
![]() |
0–0 | 0–0 |
1 Barcelona avançou para a 2ª eliminatória após vencer o jogo de desempate por 3–2. 2 Shelbourne avançou para a 2.ª eliminatória após vencer o jogo de desempate por 2–1. 3 Velež Mostar avançou para a 2.ª eliminatória após vencer por 4–3 no desempate por grandes penalidades.
O Belenenses é um dos mais titulados emblemas portugueses, podendo ser vistos no seu Museu mais de dez mil troféus, conquistados nas diversas modalidades do Clube. Destacam-se os seguintes:
Ver mais em Rugby no Clube de Futebol Os Belenenses
Conquistas Internacionais:
Actualmente, estão activas as seguintes modalidades do Belenenses: Futebol, Andebol, Futsal, Rugby, Basquetebol, Voleibol, Atletismo,Triatlo, Natação, Futebol de Mesa e Futebol de Praia. Dispõe ainda de secções de Artes Marciais, Xadrez e Bridge.
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O primeiro campo do Belenenses foi o Campo do Pau de Fio, mas rapidamente o clube construiu o Estádio das Salésias, o primeiro campo relvado em Portugal e o primeiro estádio com bancadas e iluminação artificial. Foi palco, além de inúmeros jogos do clube também de jogos da Seleção Nacional e da Final da Taça de Portugal, infelizmente o Belenenses foi obrigado a abandonar o local, onde supostamente seria construído um empreendimento de luxo, tal não aconteceu e a zona ficou abandonada mais de 50 anos, tendo em 26 de Maio de 2016, o Belenenses inaugurado o "Estádio das Salésias/Fundação EDP", para ser utilizado pelas camadas jovens e pelo rugby do clube. Tal só foi alcançado, após uma grande luta dos sócios e adeptos do clube que durante anos reclamaram o que era seu por direito próprio.
O Estádio do Restelo foi inaugurado a 23 de setembro de 1956, tendo feito 50 anos em 2006, com o Clube a realizar uma série de eventos comemorativos, nomeadamente um evento de grande sucesso, a Corrida das Salésias (antigo estádio do clube) até ao Restelo. A lotação original era de 44.000 pessoas (com projeto para aumentar para 62.000), tendo esgotado pela primeira vez em 1 de fevereiro de 1959.
Hoje, tem cerca de 22.000 cadeiras, num total de lugares para cerca de 32.000. Mas a maior assistência ter-se-á verificado em outubro de 1975, quando 60.000 pessoas assistiram à vitória do Belenenses sobre o Benfica, por 4-2, alcançado os azuis a liderança do Campeonato Nacional.
Geralmente considerado um dos mais belos estádios portugueses, pela magnífica vista sobre o Tejo, foi durante anos local de eleição para mostrar a ilustres visitantes estrangeiros, desde a Rainha de Inglaterra ao Imperador da Etiópia.
O Papa João Paulo II celebrou uma missa neste estádio, à qual assistiram mais de 100.000 pessoas.
Em 28 de Junho de 2018, o presidente da SAD do Belenenses, Rui Pedro Soares, anunciou que a SAD vai fazer os seus encontros no Estádio Nacional, por decisão unilateral. O Clube de Futebol "Os Belenenses" jogará no Estádio do Restelo no escalão mais acima em que lhe for permitido inscrever-se.
Integram ainda o complexo desportivo do Restelo 4 campos relvados (dois dos quais sintéticos), 1 Pavilhão Gimnodesportivo e umas Piscinas Olímpicas.
O Pavilhão foi inaugurado em 1977, com grandes sacrifícios, sendo-lhe 15 anos mais tarde dado o nome de "Acácio Rosa", um grande dirigente, historiador e amigo das modalidades no Belenenses. Inicialmente com lotação para mais de 3.000 pessoas, tem hoje capacidade para cerca de 1.700 lugares (com a colocação de cadeiras). É temido pelo ambiente nele gerado no apoio às equipas do Belenenses, sobretudo em Andebol.
As piscinas olímpicas, as únicas que um clube de futebol de topo possui em Portugal, foram inauguradas em 1993, depois de um longo processo. Já tiveram cerca de 3.000 utentes mas encontram-se encerradas desde 2011, por falta de condições financeiras, estando a ser estudadas possíveis outras soluções para esse espaço.
Sendo um dos clubes com maior implantação em Portugal, a grandeza do Belenenses é também visível na sua presença na cultura popular. Desde logo, esta presença nota-se na expressão “olho à Belenenses”, não se sabendo exatamente qual a origem da expressão, provavelmente tal prende-se à cor azulada, fruto do hematoma causado.
Também o Mercedes-Benz 180D, especialmente usado pelos taxistas, ficou para os lisboetas conhecido como o “Mercedes Matateu”, sinónimo da enorme influência do astro naquela época. Reza a lenda, que tal também se deveu ao facto do jogador ter sido um dos primeiros donos de um destes modelos no nosso país.
Por fim, destacam-se as novelas “Palavras Cruzadas” de 1986, onde a personagem principal tinha o papel de jogador da equipa sénior do Belenenses, havendo inclusive filmagens de treinos reais incorporadas e “Sedução” de 2011, que conta a história fictícia de uma antiga glória do Belenenses, incluindo gravações no estádio do Restelo em dias de jogo. O filme de 2016, “A Mãe é que sabe” conta também a história de uma fervorosa família Belenense nos anos.
O hino do CF “os Belenenses” data de 1962, num disco gravado com a voz de Alberto Ramos e Margarida Amaral, juntamente com outras canções como “Ser Belenense”, “Seremos Campeões” e “Se és Belenenses”.
Mais recentemente, foi gravado outro hino que toca igualmente no Estádio do Restelo, o “Canto do Mar” de Pedro Barroso.
Em 2019, de forma a celebrar o centenário do Belenenses, foi lançada a canção “Rapazes da Praia”, da autoria de Miguel Majer (Donna Maria), com a voz de Rui Pregal da Cunha (Heróis do Mar) e a participação de João Cabeleira (Xutos e Pontapés).
Outras músicas que se ouvem no Estádio do Restelo são igualmente, a “Marcha do Belém”, de Gonçalo da Câmara Pereira, “Glória Glória Belenenses” e “Matateu”, ambas de Marion Cobretti.