Corpo de Fuzileiros Navais | |
---|---|
Brasão Heráldico do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil | |
País | Brasil |
Corporação | Marinha do Brasil |
Subordinação | Forças Armadas do Brasil |
Missão | Infantaria Naval |
Denominação | Fuzileiros Navais |
Sigla | CFN |
Criação | 1808 |
Patrono | Almirante Sylvio de Camargo |
Marcha | •Soldados da liberdade •Na vanguarda •Canção do regimento naval |
Lema | ADSUMUS |
Cores | Vermelho, Branco e Amarelo |
Logística | |
Efetivo | 18.000 |
Insígnias | |
Estandarte | |
Insígnia | |
Comando | |
Comandante | Almirante de Esquadra (FN) Carlos Chagas Vianna Braga |
O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) é a força de infantaria naval integrante da Marinha do Brasil, responsável pelo combate terrestre e especializada em Guerra Anfíbia, além disso encontra-se presente em quase todo o território nacional, tanto no litoral, quanto nas regiões ribeirinhas da Amazônia e no Pantanal, além da Caatinga e outras regiões. Atuando em tempos de paz na segurança das instalações da Marinha, no apoio às forças de segurança e no auxílio a populações carentes através de ações cívico-sociais desenvolvidas regionalmente pelos Distritos Navais. No exterior, zela pela segurança das embaixadas brasileiras na Argélia, Paraguai, Haiti e Bolívia.
Participou de todos os conflitos armados da História do Brasil, externos e internos.
Os fuzileiros navais brasileiros têm sua origem em 1808, quando as tropas da Brigada Real da Marinha (o Corpo de Fuzileiros Navais Portugueses) chegaram ao Brasil, então uma colônia portuguesa, quando a rainha Maria I de Portugal e seu filho, o príncipe-regente Dom João (mais tarde Dom João VI, Rei de Portugal) deslocaram-se para o território sul-americano português durante as Guerras Napoleônicas na Europa.
Em retaliação à invasão de Portugal, o príncipe-regente Dom João ordenou a invasão da Guiana Francesa, cuja capital, Caiena, foi capturada em 14 de janeiro de 1809.
A 6 de março de 1958, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil foi feito Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal.[1]
Após a independência do Brasil, a força recebeu muitos nomes e passou por várias reorganizações. Esteve envolvido em várias guerras e campanhas:
Nesta última, o Corpo conquistou destaque tanto na Batalha do Riachuelo quanto na tomada da fortaleza de Humaitá.
O CFN tem participado das ações humanitárias promovidas pela ONU. Suas missões de manutenção da paz passaram pela Bósnia (UNMIBH), Honduras, Moçambique (ONUMOZ), Ruanda, Angola (UNAVEM), Timor Leste e no Haiti (MINUSTAH). Os fuzileiros navais também atuaram como observadores militares da ONU em áreas de conflito como El Salvador, Bósnia, Honduras, Moçambique, Ruanda, Peru e Equador. Em Angola, como Força de Paz, participaram da Missão de Verificação das Nações Unidas (UNAVEM-III) com uma Companhia de Fuzileiros Navais (CiaFuzNav) e um Pelotão de Engenharia. De 1997 a 1999, manteve um pelotão de 49 soldados no país.
Os fuzileiros navais também participaram das missões da OEA na República Dominicana durante a guerra civil de 1965 a 1966, como parte da Força Inter-Americana de Paz (FIP); onde formou o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais formou o núcleo do 2º batalhão da brigada latino-americana. Este foi chamado Batalhão Fraternidade, e era formado por hondurenhos, nicaraguenses, costa-riquenhos e paraguaios sob o comando do Capitão-de-Corveta (FN) Paulo Reis.[2] O CFN também participou das missões desminagem da OEA na Colômbia,[3] Suriname e nas fronteiras entre o Peru e Equador (MARMINAS), na América do Sul, e nas fronteiras de El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Guatemala (MARMINCA) na América Central.
O lema do Corpo de Fuzileiros Navais é "ADSUMUS", expressão em latim que, na língua portuguesa, significa "Aqui estamos!". O lema surgiu no ano de 1958, próximo às comemorações do aniversário de 150 anos do CFN, quando o Almirante-de-Esquadra (FN) Leônidas Telles Ribeiro pediu a sua esposa, sra. Violeta Telles Ribeiro, que sugerisse algo apropriado para ser usado. Após o almirante haver saído para uma caminhada, D. Violeta redigiu o seguinte texto:[4]
“ | Nesta hora de júbilo e orgulho em que o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil comemora seus 150 anos, não há de faltar à gloriosa corporação o panegírico merecido de seus feitos de honrosa tradição. Mas, além disso, será imprescindível que se ofereça ao homenageado um presente, algo que marque de maneira expressiva os feitos gloriosos de sua História. Vamos dar-lhe uma divisa. Qual a divisa apropriada para os Fuzileiros do Brasil? "ADSUMUS", ou seja, aqui estamos, prontos para servir, lutar e vencer. Há 150 anos está gravado em cada coração fuzileiro o seu lema. Esta é a divisa do Corpo de Fuzileiros Navais do BRASIL: ADSUMUS. | ” |
Para cumprir as suas missões, os fuzileiros são desembarcados de veículos anfíbios ou helicópteros. Para isso contam com o apoio do fogo naval e/ou aeronaval. Uma vez em terra, operam os seus próprios meios, que incluem blindados, artilharia de campanha, artilharia antiaérea, engenharia de combate, comunicações e guerra eletrônica.
Equipamento | Origem | Tipo | Versões | Quantidade | Observações | Imagem |
---|---|---|---|---|---|---|
'Veículos Blindados' | ||||||
SK-105 Kürassier | Áustria | Carro de Combate | SK 105A2S 4KH7FA |
17[5] 1[5] |
||
M113 | Estados Unidos | Veículo blindado de transporte de pessoal | M113A1 M125A1 M577A1 XM806E1 M113A1G |
24[6] 2[6] 2[6] 1[6] 1[6] |
Todas modernizadas no padrão M113MB1.[7][8] | |
Mowag Piranha | Suíça | Veículo blindado de transporte de pessoal | Piranha IIIC | 22[9] | ||
AAV-7A1 | Estados Unidos | Veículo blindado de transporte de pessoal | AAV-7A1 LVTP-7A1 LVTC-7A1 LVTR-7A1 |
21 22 3 3 |
||
JLTV | Estados Unidos | Veículo blindado leve de transporte de pessoal | 4 entregues (+8) | |||
AV-VBL 4x4 | Brasil | Veículo blindado leve de transporte de pessoal | 03 | |||
'Artilharia' | ||||||
ASTROS II[10] | Brasil | Sistema de artilharia terra-terra | AV-LMU AV-RMD AV-PCC AV-MET AV-OFVE |
6 3 1 1 1[11] |
||
M114[12] | Estados Unidos | Obus rebocado | M114A1 | 6[13] | 155mm | |
L118[12] | Reino Unido | Obus rebocado | L118 | 18 (3 baterias)[15] | 105mm | |
Soltam K6[12] | Israel | Morteiro | K6A3 | 6[13] | 120mm | |
Morteiro M29[12] | Estados Unidos | Morteiro | M29A1 | 100 | 81mm | |
M60 Brandt[12] | França | Morteiro | Brandt | ? | 60mm | |
'Artilharia Antiaérea' | ||||||
Mistral[16] | França | Artilharia antiaérea | Sistema de lançamento de míssil MBDA | 24 | ||
RBS 70 | Suécia | Artilharia antiaérea | 12 | |||
Bofors L/70[12] | Suécia | Artilharia antiaérea | 40mm | 6 | Sendo repotencializados | |
'Radar' | ||||||
Radar Saber | Brasil | Radar | 1 | |||
Bandvagn 206 | Suécia | Radar | 1 | |||
'VANT' | ||||||
Carcará UAV | Brasil | VANT | 40 | |||
Carcará II | Brasil | VANT | 2 | |||
Horus FT-100 | Brasil | VANT | 2 | |||
'Veículos' | ||||||
Agrale Marruá | Brasil | Veículo Utilitário | 400+ | |||
Land Rover Defender | Reino Unido | Veículo Utilitário | 250 | |||
Toyota Bandeirante | Brasil | Veículo Utilitário | 270 | |||
Unimog | Alemanha | Caminhão | 228 | |||
MBB 1720 | Brasil | Caminhão | 200 | |||
MBB 1725/42 | Alemanha | Caminhão | 122 | |||
MBB LAK1418 | Alemanha | Caminhão | ? | |||
Volvo NL | Suécia | Caminhão | ? | |||
Ford Cargo[17] | Estados Unidos | Caminhão | 15 | Viatura cisterna água | ||
Capacetes e coletes de proteção balística | ||||||
IBA/OTV | Estados Unidos | Colete balístico | ? | Versão de fabricação local | ||
Capacete de Combate Balístico | Brasil | Capacete de combate | ? | Versão de fabricação local | ||
PASGT | Estados Unidos | Capacete de combate | ? | Versão de fabricação local | ||
MICH - Modular Integrated Communications Helmet | Estados Unidos | Capacete de combate | ? | Versão de fabricação local |
Outros
Na maioria dos Distritos Navais há um Grupamento de Fuzileiros Navais a ele subordinados.[23] Essas unidades são empregadas em operações de caráter naval, dentre elas: a defesa de instalações navais e portos; operações de segurança interna; e operações de Garantia de Lei e Ordem (GLO).[24]
Os Batalhões de Operações Ribeirinhas (BtlOpRib) são unidades do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. Atualmente há três destas unidades, atuando na Região Amazônica e no Pantanal. O 1º BtlOpRib está subordinado ao 9.º Distrito Naval da Marinha do Brasil. O 2º BtlOpRib encontra-se subordinado ao 4.º Distrito Naval da Marinha do Brasil. O 3º BtlOpRib encontra-se subordinado ao 6º Distrito Naval da Marinha do Brasil.
Um BtlOpRib é organizado a 1 Companhia de Comando e Serviços (CiaCSv), 3 Companhias de Fuzileiros Navais (CiaFuzNav), e 1 Companhia de Apoio de Combate (CiaApCmb). A CiaCSv integra subunidades de transporte, comunicações, serviços gerais, suprimentos e polícia. As CiaFuzNav integram subunidades de patrulhas e de assalto/desembarque ribeirinho. Na CiaApCmb encontram-se subordinadas subunidades de pioneiros, operações especiais, metralhadoras pesadas (12,7 milímetros) e morteiros (81 milímetros).[25]
Os batalhões de Operações Ribeirinhas são os únicos batalhões fora da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE).
O CFN possui unidades especializadas para prover ações de descontaminação e combate em guerras químicas, biológicas, nucleares e radiológicas e defesa QBRN. São as seguintes:
Ver artigo principal: Banda do Corpo de Fuzileiros Navais |
A Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais (BMCFN) é uma tradicional banda pertencente ao CFN, com base na Fortaleza de São José, na Ilha das Cobras.[28] A banda não possui instrumentos convencionais,[29] sendo composta por mor, auxiliar do mor, schellenbaum, baliza, bombos, caixas de guerra, taróis, surdos, quadriton, pratos, liras, gaitas, flautins, trompetes e trombonitos.[30] Seu som ficou famoso pelo uso da gaita de fole, presenteada ao Brasil pela tripulação do navio USS Saint Louis norte-americano, adquirido pela Marinha em 1951 como o Tamandaré. Os que manuseiam esse instrumento recebem manuais da Escócia e Inglaterra.[28]
Entre os eventos dos quais a BMCFN já participou, além do Dia da Pátria, destacam-se a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos, a inauguração do Monumento de Abertura dos Portos às Nações Amigas, a abertura dos Jogos Mundiais Militares de 2011 e do Velas Sudamérica 2010 e a comemoração dos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil.[30] No exterior, também participou do 39º Festival Intercéltico de Lorient, na França,[28] da coroação da rainha Elizabeth II, na Inglaterra, das Comemorações Cabralinas, em Portugal,[31] do Royal Edinburgh Military Tattoo, na Escócia,[32] e da abertura do desfile de 14 de julho em Paris, no "Ano do Brasil na França".[28]