Goal-Line Technology, GLT ou, em português, Tecnologia da Linha de GolPB ou Tecnologia da Linha de GoloPE, é a tecnologia usada em estádios de futebol para saber se uma bola ultrapassou ou não a linha de fundo entre os postes da baliza.[1]
Essa tecnologia foi usada pela primeira vez na Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2012, no Japão.[2][3]
Em agosto de 2013, a primeira intervenção oficial (e correta) do aparato. Na primeira rodada do campeonato inglês (partida Chelsea 2 x 0 Hull City), em um lance, o goleiro defendeu a bola em cima da linha, e o hawk-eye não informou ao relógio do árbitro que a bola havia entrado.[4] Em 15 de junho na Copa do Mundo no Brasil em 2014 no jogo França x Honduras no Beira-Rio a tecnologia foi usada pela primeira vez interferindo na escolha da arbitragem, o árbitro da partida recebe a indicação de gol num aparelho semelhante a um relógio que usa no pulso.
A primeira polêmica a respeito de um "gol fantasma" no futebol, aconteceu na Copa do Mundo de 1966, e ficou conhecida como Wembley-Tor
Porém, apesar de muitos protestos, durante anos, a International Football Association Board (IFAB), resistiu às pressões.
Com o aumento exponencial da quantidade de câmeras em campo, transmitindo as partidas com riqueza de detalhes, os erros de arbitragem se tornaram cada vez mais perceptivos.[5] Assim, a entidade começou a ceder à tecnologia após a polêmica gerada por um gol legal do inglês Frank Lampard sobre a Alemanha, anulado erroneamente na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.[6] Na Eurocopa de 2012, houve mais um gol fantasma. Imagens de televisão mostraram que a Ucrânia foi prejudicada pela não marcação de um gol. Após este lance, o presidente da FIFA, à época, afirmou:
“ | "Depois do jogo da última noite, a GLT não é mais uma alternativa, mas uma necessidade."[7] | ” |
Assim, a IFAB aprovou a utilização deste tipo de tecnologia no futebol no dia 5 de julho de 2012. A decisão da IFAB foi ratificada em votação dentro do Conselho da FIFA, em Zurique, no mesmo dia.[8] Foi a primeira vez que foi permitido aos árbitros ter o auxílio de elementos externos para tomar suas decisões em campo.[5]
“ | “Não queremos transformar os árbitros em robôs. É uma ajuda extra, algo que um humano não teria como ver. Mas a decisão final é do árbitro.”[9] | ” |
A FIFA, porém, não montou um padrão para a aplicação da tecnologia nos jogos. Após a Copa das Confederações de 2013, que foi o primeiro evento de seleções a contar com a tecnologia, cada federação interessada em utilizá-la estará livre para instalar o sistema que achar mais viável, criando diferenças entre torneios e entre clubes.[9]
# | Jogador (que marcou o gol) | Tempo (min) |
País Favorecido | Gol | Resultado final |
Adversário (que tomou o gol) |
Árbitro (que validou o gol) | Estádio | Edição | Fase | Data | Ref |
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1. | Noel Valladares (GC) | 48' | França | 2–0 | 3–0 | Honduras | Sandro Meira Ricci | Estádio Beira-Rio | 2014 | 1a fase | 15 de junho de 2014 | [10] |
2. | Bryan Ruiz | 44' | Costa Rica | 1–0 | 1–0 | Itália | Enrique Osses | Arena Pernambuco | 2014 | 1a fase | 20 de junho de 2014 | [11] |
3. | Aziz Behich (GC) | 81' | França | 2–1 | 2–1 | Austrália | Andrés Cunha | Arena Kazan | 2018 | 1a fase | 16 de junho de 2018 | [12] |
4. | Juan Quintero | 39' | Colômbia | 1–1 | 1–2 | Japão | Damir Skomina | Arena Mordovia | 2018 | 1a fase | 19 de junho de 2018 | [13] |
As chamadas Tecnologias da Linha do Gol se basearam, basicamente, em dois modelos: câmeras espalhadas pelo estádio, e projetos que envolviam a criação de um campo electromagnético, com uma bola dotada de um sensor.[14]
Para obter credenciamento da FIFA, as tecnologias devem passar primeiramente por um teste no EMPA.[15] Após os dados dos testes terem sido coletados, eles são fornecidos à International Board, para uma decisão final sobre a tecnologia.
Abaixo a lista das tecnologias.
Nome Tecnologia |
Criadores (Empresas/Pessoas) | Explicação da Tecnologia | Onde foi Utilizada |
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Goalminder | Harry Barnes e Dave Parden | Ainda em fase de testes | |
Hawk-Eye | Roke Manor Research |
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GoalControl 4D | GoalControl GmbH |
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Nome Tecnologia |
Criadores (Empresas/Pessoas) | Explicação da Tecnologia | Onde foi Utilizada |
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Cairos GLT system | Cairos Technologies AG em parceria com Adidas |
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GoalRef | Fraunhofer Society em parceria com Select Sport |
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Impire AG |
Em junho de 2020, depois de mais de 9 mil jogos mundo afora e uma infinidade de testes[25], o sistema Hawk-Eye, utilizado na Premier League, falhou ao não detectar que a bola havia atravessado a linha e não apontou que foi gol.[26] O sistema não funcionou pois as câmeras do sistema Hawk-Eye são colocadas no alto do estádio. Assim, quanto mais alto e largo o jogador, maior a probabilidade de a bola ser obstruída, existindo, desta forma, um ponto cego para as câmeras.[27] Nos testes de simulação, os “bonecos” que simulam os jogadores têm 1,65 m de altura e 1,40 m de largura entre os ombros.[27]
Segundo a empresa que opera o sistema, a falha se deu pois "as sete câmeras localizadas nas arquibancadas ao redor do gol foram significativamente obstruídas pelo goleiro, defensor e pela trave. Esse nível de obstrução nunca foi visto antes em mais de 9 mil jogos que o sistema Hawk-Eye Tecnologia da Linha de Gol esteve em operação".[26]