James Mattis | |
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26º Secretário de Defesa dos Estados Unidos | |
Período | 20 de janeiro de 2017 a 1 de janeiro de 2019 |
Presidente | Donald Trump |
Antecessor(a) | Ashton Carter |
Sucessor(a) | Mark Esper |
Chefe do Comando Central dos Estados Unidos | |
Período | 11 de agosto de 2010 a 22 de março de 2013 |
Presidente | Barack Obama |
Antecessor(a) | David Petraeus |
Sucessor(a) | Lloyd Austin |
Comandante do Comando das Forças Conjuntas dos Estados Unidos | |
Período | 9 de novembro de 2007 a 11 de agosto de 2010 |
Presidentes | George W. Bush (2007–2009) Barack Obama (2009–2010) |
Antecessor(a) | Lance L. Smith |
Sucessor(a) | Raymond T. Odierno |
Comandante Aliado Supremo de Transformação | |
Período | 9 de novembro de 2007 a 8 de setembro de 2009 |
Antecessor(a) | Lance L. Smith |
Sucessor(a) | Stéphane Abrial |
Dados pessoais | |
Nome completo | James Norman Mattis |
Alcunha(s) | "Monge Guerreiro"[1] "Cachorro Louco"[2] |
Nascimento | 8 de setembro de 1950 (73 anos) Pullman, Washington |
Progenitores | Mãe: Lucille Proulx Pai: John Mattis |
Alma mater | Universidade Central de Washington |
Partido | Independente |
Serviço militar | |
Lealdade | Estados Unidos |
Serviço/ramo | Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos |
Anos de serviço | 1969–2013 |
Graduação | General |
Conflitos | Guerra do Golfo Invasão do Afeganistão Guerra do Iraque |
Condecorações | Medalha por Serviços Distintos de Defesa (2) Medalha por Serviços Distintos (marinha) Medalhar de Serviço Superior de Defesa Legião do Mérito Estrela de Bronze Medalha de Serviço ao Mérito (3) |
James Norman Mattis[3] (Pullman, 8 de setembro de 1950) é um general aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos que serviu como Secretário de Defesa do seu país de 2017 a 2019. Ele também serviu como chefe do Comando Central das forças armadas, sendo responsável pelas operações militares americanas no Oriente Médio, no norte da África e na Ásia Central, de agosto de 2010 até março de 2013 e Chefe do Comando das Forças Conjuntas dos Estados Unidos entre 2007 e 2010, ao mesmo tempo servindo como Comandante Aliado Supremo de Transformação da OTAN de 2007 a 2009. Mattis foi confirmado pelo Senado dos Estados Unidos para a posição de Secretário de Defesa, sendo empossado em 20 de janeiro de 2017, no gabinete do presidente Donald Trump.[4][5] Jim Mattis renunciou o cargo em dezembro de 2018, citando desavenças com a administração Trump.[6]
Jim Mattis nasceu em 8 de setembro de 1950, em Pullman, Washington,[7] filho da canadense Lucille (Proulx) Mattis[8] e do americano John West Mattis (1915–1988),[9][10] um membro da marinha mercante. Seu pai se mudou para Richland, Washington, onde James viria a crescer num lar modesto.[11] Ele se formou na escola em 1968[12] e se formou em história na Universidade Central de Washington em 1971.[13][14] Em 1994, ele ganhou um M.A. em relações internacionais de segurança pelo National War College da Universidade de Defesa Nacional.[15]
Mattis se alistou na reserva dos fuzileiros navais em 1969. Em 1972 ele se formou na academia da reserva, com o posto de segundo-tenente. Ficou conhecido por seu porte acadêmico, fazendo múltiplos cursos de aperfeiçoamento para oficiais.[16][17] Em 1991, serviu pela primeira vez num teatro de operações ativo, comandando o 1º Batalhão do 7º Regimento de fuzileiros durante a Guerra do Golfo.[18] Uma década mais tarde, como coronel, comandou o 7º Regimento na invasão do Afeganistão. Foi neste período que foi reconhecido por sua capacidade técnica e de liderança.[19]
Em 2003, serviu durante a Invasão do Iraque, comandando a 1ª Divisão de Fuzileiros, com a posto de Major-General. Em novembro de 2004, fez parte da equipe que planejou a retomada da cidade de Faluja no que seria a Operação Fúria Fantasma. Ele serviu no Iraque até 2005.[20]
No início de 2010, Mattis esteve na lista de possíveis sucessores de James T. Conway como Comandante dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.[21] Em julho, foi recomendado pelo então Secretário de Defesa Robert Gates à nomeação para substituir David Petraeus à frente do Comando Central dos Estados Unidos,[22] sendo finalmente nomeado por Barack Obama em 21 de julho.[23]
Sua confirmação pelo Senado marcou a primeira vez em que os Fuzileiros mantiveram membros como Comandante e Vice-comandante do Comando Unificado de Combatentes.[24] Sua cerimônia de posse ocorreu em 11 de agosto na Base Aérea de MacDill, na Flórida.[25][26][27]
Como chefe do Comando Central, Mattis supervisionou as campanhas militares no Iraque e no Afeganistão, sendo responsável pela região que inclui Síria, Irã e Iémen.[28] De acordo com Leon Panetta, a Administração Obama não depositou muita confiança em Mattis ao percebê-lo muito ansioso por um confronto direto com o Irã.[29]
James Mattis deu baixa do Corpo de Fuzileiros Navais em 2013.[3][30]
Em 20 de novembro de 2016, o então Presidente-eleito Donald Trump reuniu-se com Mattis para uma pequena audiência em Bedminster, Nova Jérsei.[31] Posteriormente, publicou no Twitter: "O General James 'Mad Dog' Mattis, que têm sido cogitado para Secretário de Defesa, foi impressionante ontem. Um verdadeiro general de generais!"[32] Em 1 de dezembro, Trump anunciou sua intenção em nomear Mattis ao Departamento de Defesa caso eleito presidente.[33] Como Mattis era um recém-retirado de combate, sua nomeação necessitaria de uma aprovação pelo Ato de Segurança Nacional de 1947, o qual exige um hiato de sete anos entre a baixa do serviço militar e a ascensão a um cargo público. Mattis é o segundo Secretário de Defesa a receber esta exceção, o primeiro tendo sido George Marshall. Mattis foi confirmado no cargo por 98 votos contra 1 no Senado dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2017.[34][35]
Logo nos primeiros dias de seu mandato como Secretário de Defesa, Mattis fez contato telefônico com o Príncipe-herdeiro Mohammad bin Salman da Arábia Saudita, na qual "reafirmou a importância dos laços que unem as relações entre as duas nações".
Em sua primeira viagem internacional oficial, Mattis visitou a Coreia do Sul em 2 de fevereiro de 2017. Na ocasião, alertou a Coreia do Norte de que "qualquer ataque contra os Estados Unidos ou seus aliados será revidado", e que o uso de qualquer tipo de armamento nuclear seria respondido de forma "efetiva e conclusiva" pelo governo norte-americano. Em 31 de março, acompanhou seu homólogo britânico Michael Fallon em coletiva de imprensa, onde afirmou que a Coreia do Norte estava ingressando "em uma forma imprudente" e precisava ser freada. Durante uma reunião de imprensa no Pentágono em 26 de maio, Mattis declarou estar trabalhando com as Nações Unidas, China, Japão e Coreia do Sul para evitar "uma solução militar" com as questões envolvendo a Coreia do Norte. Em 3 de junho, Mattis voltou a criticar o governo norte-coreano, classificando-o como "um perigo claro e presente".
Em 22 de março, ao ser questionado pelo Senado, Mattis afirmou seu apoio à permanência de tropas americanas no Iraque após a Batalha de Mossul. Mattis respondeu às críticas de que o governo Trump havia perdido as regras de engajamento campanha militar quando os ataques aéreos em Mossul vitimaram civis. Mattis disse: "Nós buscamos fazer tudo humanamente possível para reduzir a perde de vidas ou sofrimento de inocentes".
Em 5 de abril, Mattis classificou o ataque químico de Khan Shaykhun como "ato hediondo" e afirmou que responderia desta maneira. Dias depois, o Secretário de Defesa alertou o governo sírio sobre o uso de armas químicas no futuro, afirmando que não seria esta uma boa opção. Em seguida, Mattis realizou sua primeira conferência de imprensa desde que assumiu o cargo, afirmando que a derrota do Estado Islâmico ainda era "sua prioridade" e que o governo sírio arcaria com um "preço muito alto" pela insistência no uso de armas químicas.
Como Secretário de Defesa, Mattis afirmou que os Estados Unidos tinha um compromisso de defender e proteger seus aliados internacionais, como a Coreia do Sul.[36][37] Ele se opunha a maior colaboração com a China e a Rússia,[38] afirmando que estes países eram uma ameaça a "ordem mundial liderada pelos americanos".[39][40] Mattis frequentemente batia de frente com o presidente Trump, discordando de muitas de suas políticas, como a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear iraniano[41] e cortes no orçamento na área de monitoramento de mudanças climáticas.[42][43]
A 19 de dezembro de 2018, Trump anunciou a retirada das tropas americanas da Síria, contrariando os conselhos do seu Gabinete de Segurança.[44] Mattis acreditava que os Estados Unidos deveria manter uma presença militar no território sírio após a derrota do Estado Islâmico para garantir que a grupo terrorista não se reorganizasse. No dia seguinte, após falhar em tentar fazer o presidente reconsiderar sua decisão, Mattis anunciou sua renúncia.[45][46] Ao anunciar sua saída, ele deixou uma carta para Trump, criticando a visão global do presidente, e elogiando a OTAN (uma organização que Trump muito criticava) e a coalizão internacional que derrotou o Estado Islâmico, a qual Trump estava abandonando. Mattis afirmou que era necessário "tratar os aliados com respeito e também ser claro - mirando países inimigos e competidores estratégicos", enfatizando que o país tinha que permanecer "resoluto e inequívoco" contra nações autoritárias, como a China e a Rússia. Ele escreveu que Trump "tinha o direito de ter um Secretário de Defesa cujas visões estavam melhor alinhadas com as dele nesses assuntos".[47] A renuncia de Mattis causou alarde em aliados políticos e na oposição, que não gostaram da notícia.[48] Na carta, Mattis anunciou que sua renuncia se tornaria efetiva a 28 de fevereiro de 2019,[49] porém Trump anunciou que a saída do secretário fora antecipada para 1 de janeiro, após mostrar indignação com as críticas de Mattis às suas políticas.[50] Em 2 de janeiro de 2019, o presidente Trump criticou a performance de Mattis como Secretário de Defesa e afirmou que, essencialmente, foi ele quem demitiu o secretário.[51]