O Estandarte Imperial.
O brasão imperial de armas pessoal do Imperador do Brasil.

Os monarcas do Brasil foram os soberanos que reinaram sobre o Reino do Brasil (nação consituinte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves) de 1815 até 1822, quando o Império do Brasil (estado soberano independente) foi fundado, e desta data até o golpe de estado que aboliu a monarquia e proclamou a República dos Estados Unidos do Brasil em 1889 (renomeada República Federativa do Brasil em 1967).[1]

O Reino do Brasil foi criado em 1815 e o laço colonial foi formalmente abolido, com o Brasil unido a Portugal através de uma união política e considerado uma nação constituinte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no entanto ainda era um território dependente de Portugal e não um estado soberano, com natureza similar ao Reino de Algarves, que apesar do título de "reino" era administrado como uma província portuguesa igual as demais. Este reino possuiu dois monarcas durante a época de Reino Unido: Maria I e João VI

No contexto das Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, tentativas dos deputados brasileiros de estabelecer dois centros de poder (um na América e outro na Europa, cada um com Executivo e Legislativo próprios) se revelaram infrutíferas e prevaleceu a proposta de seus pares portugueses, que centralizaram toda a administração em Lisboa, abolindo orgãos criados por João VI no Brasil, retirando poderes políticos do regente Pedro de Alcântara (que de regente fora rebaixado a governador de armas, um comandante do Exército Português sem poderes políticos) e sujeitando todas as províncias brasileiras diretamente ao governo central em Lisboa (sem intermediário como o governo-geral que existia no Estado do Brasil), minando a autonomia que o Brasil tinha alcançado anteriormente sob João VI.[2]

Em 1822, Pedro de Alcântara, filho e herdeiro de João VI como rei de Portugal, se uniu a causa independentista brasileira e se rebelou contra Portugal e proclamou a Independência do Brasil em relação ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, instalando o Império do Brasil e sendo aclamado imperador Pedro I. Como nação independente, o Império do Brasil teve dois monarcas, Pedro I e Pedro II.

Sob o Tratado do Rio de Janeiro de 1825, pelo qual Portugal reconheceu a independência do Brasil, João VI obteve o título honorífico de Imperador Titular do Brasil, título vitalício, tornando-se extinto após a morte do titular, sendo de cunho puramente honorífico. Pedro I permanecia como o único monarca governante do império. Com a morte do pai se esperava que Pedro assumisse o trono de Portugal, mas os dois países haviam se separado politicamente e muitos no Brasil eram contrários a ideia de Pedro se tornar monarca de Portugal, este então abdicou desta coroa em favor da filha, Maria II de Portugal.

Em 1889, a monarquia foi abolida por um golpe de Estado militar e a república do Brasil foi proclamada. Para consultar a lista de chefes de Estado do Brasil após a proclamação republicana, ver também Lista de presidentes do Brasil.

Monarcas governantes sobre a América portuguesa

Ver artigo principal: Descoberta do Brasil, Estado do Brasil e Estado do Maranhão

Dinastia de Avis

Ver artigo principal: Dinastia de Avis

Nome Retrato Brasão Nascimento Casamento(s)
Filhos legítimos
Morte Direito sucessório Ref
D. Manuel I de Portugal
O Venturoso
22 de abril de 1500

13 de dezembro de 1521
31 de maio de 1469
Alcochete, Portugal

Filho de Fernando de Portugal
e Beatriz de Portugal
1º: Isabel de Aragão
30 de setembro de 1497
1 filho

2º: Maria de Aragão e Castela
30 de outubro de 1500
10 filhos

3º: Leonor da Áustria
16 de julho de 1518
2 filhos
13 de dezembro de 1521
Lisboa
aos 52 anos
Primo de D. João II
[nota 1]
[3]
D. João III de Portugal
O Piedoso
13 de dezembro de 1521

11 de junho de 1557
6 de junho de 1502
Paço de Alcáçova, Lisboa

Filho de D. Manuel I
e Maria de Aragão e Castela
Catarina de Áustria
10 de fevereiro de 1525

9 filhos
11 de junho de 1557
Paço da Ribeira, Lisboa
aos 55 anos
Filho de D. Manuel I [4]
D. Sebastião I de Portugal
O Desejado
11 de junho de 1557

4 de agosto de 1578
20 de janeiro de 1554
Paço da Ribeira, Lisboa

Filho de João Manuel
e Joana de Áustria
Faleceu sem filhos legítimos 4 de agosto de 1578
Alcácer-Quibir
aos 24 anos
Neto de D. João III [5]
D. Henrique I de Portugal
O Casto
4 de agosto de 1578

31 de janeiro de 1580
31 de janeiro de 1512
Lisboa

Filho de D. Manuel I
e Maria de Aragão e Castela
31 de janeiro de 1580
Almeirim, Portugal
aos 68 anos
Filho de D. Manuel I, Tio-avô de D. Sebastião I [6]
Conselho de Governadores do Reino de Portugal (31 de janeiro de 1580 – 17 de julho de 1580)[nota 2]

Dinastia de Habsburgo

Ver artigos principais: Dinastia filipina e União Ibérica

Nome Retrato Brasão Nascimento Casamento(s)
Filhos legítimos
Morte Direito sucessório Ref
D. Filipe II de Espanha e I de Portugal
O Prudente
17 de abril de 1581

13 de setembro de 1598
21 de maio de 1527
Valladolid, Espanha

Filho de Carlos I
e Isabel de Portugal
1º: Maria Manuela de Portugal
14 de novembro de 1543
1 filho

2º: Maria I de Inglaterra
25 de julho de 1554
sem filhos

3º: Isabel de Valois
22 de junho de 1559
2 filhas

4º: Ana de Áustria
24 de janeiro de 1570
5 filhos
13 de setembro de 1598
El Escorial
aos 71 anos
Neto de D. Manuel I
[nota 3][nota 4]
[9]
D. Filipe III de Espanha e II de Portugal
O Pio
13 de setembro de 1598

31 de março de 1621
14 de abril de 1578
Madrid

Filho de Filipe I
e Ana de Áustria
Margarida da Áustria
18 de abril de 1599

8 filhos
31 de março de 1621
Madrid
aos 42 anos
Filho de Filipe I
D. Filipe IV de Espanha e III de Portugal
O Grande
31 de março de 1621

1 de dezembro de 1640
8 de abril de 1605
Valladolid, Espanha

Filho de Filipe II
e Margarida da Áustria
1º: Isabel de Bourbon
25 de novembro de 1615
8 filhos

2: Maria Ana de Áustria
7 de outubro de 1649
5 filhos
17 de setembro de 1665
Madrid
aos 60 anos
Filho de Filipe II

Dinastia de Bragança

Ver artigo principal: Dinastia de Bragança

Nome Retrato Brasão Nascimento Casamento(s)
Filhos legítimos
Morte Direito sucessório Ref
D. João IV de Portugal
O Restaurador
1 de dezembro de 1640

6 de dezembro de 1656
19 de março de 1604
Paço Ducal de Vila Viçosa

Filho de Teodósio II
e Ana de Velasco e Girón
Luísa de Gusmão
12 de janeiro de 1633

7 filhos
6 de novembro de 1656
Paço da Ribeira, Lisboa
aos 52 anos
Trineto de D. Manuel I
[nota 5]
[10]
D. Afonso VI de Portugal
O Vitorioso
6 de dezembro de 1656

12 de setembro de 1683
21 de agosto de 1643
Paço da Ribeira, Lisboa

Filho de D. João IV
e Luísa de Gusmão
Maria Francisca de Saboia
2 de agosto de 1666

sem filhos
12 de setembro de 1683
Palácio de Sintra
aos 40 anos
Filho de D. João IV [11]
D. Pedro II de Portugal
O Pacífico
12 de setembro de 1683

9 de dezembro de 1706
26 de abril de 1648
Paço da Ribeira, Lisboa

Filho de D. João IV
e Luísa de Gusmão
1º: Maria Francisca de Saboia
2 de abril de 1668
1 filha

2º: Maria Sofia de Neuburgo
11 de agosto de 1687
7 filhos
9 de dezembro de 1706
Palácio da Palhavã, Lisboa
aos 58 anos
Filho de D. João IV, irmão de D. Afonso VI [12]
D. João V de Portugal
O Magnânimo
9 de dezembro de 1706

31 de julho de 1750
22 de outubro de 1689
Paço da Ribeira, Lisboa

Filho de D. Pedro II
e Maria Sofia de Neuburgo
Maria Ana de Áustria
27 de outubro de 1708

6 filhos
31 de julho de 1750
Paço da Ribeira, Lisboa
aos 60 anos
Filho de D. Pedro II [13]
D. José I de Portugal
O Reformador
31 de julho de 1750

24 de fevereiro de 1777
6 de junho de 1714
Paço da Ribeira, Lisboa

Filho de D. João V
e Maria Ana de Áustria
Mariana Vitória de Bourbon
19 de janeiro de 1729

4 filhas
24 de fevereiro de 1777
Palácio de Sintra
aos 62 anos
Filho de D. João V [14]
D. Pedro III de Portugal
O Capacidônio
24 de fevereiro de 1777

25 de maio de 1786
5 de julho de 1717
Paço da Ribeira, Lisboa

Filho de D. João V
e Maria Ana de Áustria
Maria I de Portugal
6 de junho de 1760

6 filhos
25 de maio de 1786
Palácio Real de Queluz
aos 68 anos
Marido de D. Maria I
(jure uxoris)[nota 6]
[16]
D. Maria I de Portugal
A Louca
24 de fevereiro de 1777

16 de dezembro de 1815
17 de dezembro de 1734
Paço da Ribeira, Lisboa

Filha de D. José I
e Mariana Vitória de Bourbon
Pedro III de Portugal
6 de junho de 1760

6 filhos
20 de março de 1816
Convento do Carmo, Rio de Janeiro
aos 81 anos
Filha de D. José I [17]

Monarcas do Reino do Brasil

Ver artigo principal: Reino do Brasil

Dinastia de Bragança

Ver artigo principal: Casa de Bragança

Nome Retrato Brasão Nascimento Casamento(s)
Filhos legítimos
Morte Direito sucessório Ref
D. Maria I de Portugal
A Louca
16 de dezembro de 1815

20 de março de 1816
17 de dezembro de 1734
Paço da Ribeira, Lisboa

Filha de D. José I
e Mariana Vitória de Bourbon
Pedro III de Portugal
6 de junho de 1760

6 filhos
20 de março de 1816
Convento do Carmo, Rio de Janeiro
aos 81 anos
Filha de D. José I
D. João VI de Portugal
O Clemente
20 de março de 1816

7 de setembro de 1822
13 de maio de 1767
Palácio Real de Queluz

Filho de D. Pedro III
e D. Maria I
Carlota Joaquina de Bourbon
8 de maio de 1785

9 filhos
10 de março de 1826
Palácio da Bemposta, Lisboa
aos 58 anos
Filho de D. Maria I

Monarcas do Império do Brasil

Ver artigo principal: Império do Brasil

Nome Retrato Brasão Nascimento Casamento(s)
Filhos legítimos
Morte Direito sucessório Ref
D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal
O Libertador
7 de setembro de 1822

7 de Abril de 1831
12 de outubro de 1798
Palácio Real de Queluz, Lisboa

Filho de D. João VI de Portugal
e Carlota Joaquina da Espanha
1º: Maria Leopoldina da Áustria
13 de maio de 1817
7 filhos

2º: Amélia de Leuchtenberg
2 de agosto de 1829
1 filha
24 de setembro de 1834
Palácio Real de Queluz, Lisboa
aos 35 anos
 • Fundador de novo estado soberano e criador do cargo (como Imperador do Brasil)
 • Filho de João VI (como Rei de Portugal)
[18]
D. Pedro II do Brasil
O Magnânimo
7 de Abril de 1831[a]

15 de novembro de 1889
2 de dezembro de 1825
Paço de São Cristóvão, Rio de Janeiro

Filho de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal
e Maria Leopoldina da Áustria
Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias
30 de maio de 1843

4 filhos
5 de dezembro de 1891
Hotel Bedford, Paris
aos 66 anos
Filho de D. Pedro I [19]

Titulatura régia

Tiveram os seguintes títulos:[20][21][22][23]

América portuguesa

Período Título Usado por Motivo
22 de abril de 1500

17 de julho de 1580
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião, D. Henrique I Titularia régia usada pelos Reis de Portugal quando da descoberta do Brasil.
17 de julho de 1580

1 de dezembro de 1640
Pela Graça de Deus, Rei de Castela, de Leão, de Aragão, das Duas Sicílias, de Jerusalém, de Portugal, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Sevilha, da Sardenha, de Córdova, da Córsega, de Múrcia, de Jáen, dos Algarves, de Algeciras, de Gibraltar, das Ilhas de Canária, das Índias Orientais e Ocidentais, Ilhas e Terra Firme do Mar-Oceano, Conde de Barcelona, Senhor da Biscaia e de Molina, Duque de Atenas e de Neopátria, Conde de Rossilhão e da Cerdanha, Marquês de Oristano e de Gociano, Arquiduque de Áustria, Duque da Borgonha, do Brabante e de Milão, Conde de Habsburgo, da Flandres e do Tirol, etc. Filipe I, Filipe II, Filipe III Com o domínio filipino, juntam-se os demais títulos dos Áustrias à titulatura portuguesa.
1 de dezembro de 1640

16 de dezembro de 1815
Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. João IV, D. Afonso VI, D. Pedro II, D. João V, D. José I, D. Pedro III, D. Maria I Com a Restauração da Independência, regressa-se ao velho estilo adotado por D. Manuel I.

Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves

Período Título Usado por Motivo
16 de dezembro de 1815

13 de maio de 1825
Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Maria I, D. João VI O Brasil é elevado a Reino dentro do Reino Português.

Império do Brasil

Período Título Usado por Motivo
12 de outubro de 1822

15 de novembro de 1889
Por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil D. Pedro I, D. Pedro II O Reino do Brasil se declara independente de Portugal.
15 de novembro de 1825

10 de março de 1826
Pela Graça de Deus, Imperador do Brasil, e Rei do Reino Unido de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. João VI Ao reconhecer a independência do Império do Brasil pelo Tratado do Rio de Janeiro, D. João VI passa a usar por carta de lei de 15 de novembro de 1825, o título de imperador do Brasil, que lhe fora deferido por seu filho D. Pedro I.
10 de março de 1826

2 de maio de 1826
Por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal Durante o seu breve reinado de oito dias, embora mantendo a destrinça entre os dois Estados, o título refletiu a união das duas coroas sobre a cabeça do mesmo dinasta.

Ver também

Notas

  1. Devido à morte de D. João II, sem filhos legítimos (o príncipe D. Afonso falecera em condições trágicas nunca completamente esclarecidas em 1491), nem irmãos sobrevivos (a infanta Santa Joana, sua irmã, falecera em 1490) — e apesar de ter tentado legitimar um filho bastardo seu, o infante D. Jorge de Lancastre, futuro Duque de Coimbra —, seu primo e cunhado D. Manuel, Duque de Beja, filho de D. Fernando, Duque de Viseu (irmão de D. Afonso V), e de D. Beatriz (filha do infante D. João, o penúltimo dos membros da chamada ínclita geração), tornou-se Rei de Portugal. Assim, embora pelo lado do pai fosse neto de D. Duarte I, e, pelo lado da mãe, bisneto de D. João I, o fato de não ser herdeiro direto, mas sim colateral, leva a que surjam, por vezes, referências a uma pretensa quebra na casa reinante da dinastia de Avis, o que não aconteceu.
  2. Em 11 de janeiro de 1580, tiveram início as Cortes de Almeirim de 1580 para tentar resolver a crise de sucessão de 1580. Após a morte de D. Henrique I, exerceu interinamente o governo o Conselho de Governadores do Reino, nomeado por D. Henrique para tentar solucionar a crise sucessória.[7]
  3. No dia 17 de julho de 1580, em Castro Marim, três dos cinco membros do Conselho de Governadores do Reino de Portugal assinaram o reconhecimento de Filipe II como Rei de Portugal.[8] No entanto, António de Portugal, Prior do Crato, filho de Luís de Portugal, Duque de Beja, neto de D. Manuel I, foi aclamado Rei em 9 de junho de 1580, em Santarém, pelos seus partidários, opondo-se durante todo o resto da sua vida ao domínio filipino, todavia sem êxito. Filipe II começou logo a exercer o seu poder ainda em 1580, embora apenas parcialmente, pois ainda não dominava todo o território; só em 1581, com as Cortes de Tomar, se tornou Rei de Portugal de jure, e, apenas em 1583, conseguiu abafar todos os pontos que ainda apoiavam o Prior do Crato.
  4. De acordo com alguns historiadores portugueses, tais como Joaquim Veríssimo Serrão, D. António teria sido, de fato, Rei de Portugal, pelo menos desde 19 de junho de 1580, data da sua formal aclamação ao trono pelos seus partidários, em Santarém, até à derrota na Batalha de Alcântara, em 25 de agosto seguinte. Quem nunca deixou de reconhece-lo como seu Rei, até 1583, foram as populações da Terceira e das demais ilhas de Baixo açorianas, que prosseguiram a guerra e resistiram ao invasor. Entretanto, a maioria dos historiadores não o considera um Rei de Portugal, devido à existência de três centros de poder na época — o de D. António, em Lisboa, o de Filipe II, em Badajoz, e o dos governadores, em Setúbal — assim como pelo fato de quase todos os bispos, grandes e senhores se haverem então passado para Filipe II.[8]
  5. D. João IV assume o trono português por meio de um golpe de Estado conhecido historicamente como Restauração da Independência, sendo aclamado Rei de Portugal no dia 15 de dezembro de 1640.
  6. Filho de D. João V, Pedro casou-se com sua sobrinha, a herdeira presuntiva Maria, Princesa do Brasil em 1760. Quando da ascensão desta ao trono, em 1777, tornou-se Rei por jure uxoris, por ser consorte masculino da monarca reinante e ter um herdeiro real, cumprindo as condições necessárias para tal.[15]
  1. Somente assumiu o poder em 23 de Julho de 1840, aos 14 anos de idade, com a declaração da maioridade.

Referências

  1. Besouchet 1979
  2. «Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa». mapa.an.gov.br. Consultado em 16 de julho de 2022 
  3. Sanceau, Elaine (1970). Reign of the Fortunate King, 1495–1521: Manuel I of Portugal. Hamden, Connecticut: Archon Books. ISBN 978-0-2080-0968-5 
  4. Braga, Paulo Drummond (2002). D. João III. Lisboa: Hugin Editores Ltda 
  5. Figueiredo, Antero de (1943). D. Sebastião, rei de Portugal (1554–1578) 9ª ed. Lisboa: Livraria Bertrand 
  6. Alves Dias, João José; de Oliveira Marques, António Henrique R. (1998). Portugal do Renascimento à crise dinástica. Lisboa: Editorial Presença. 910 páginas. ISBN 9722322958 
  7. «Crise de 1578-1580». Porto Editora, Infopédia. Consultado em 10 de maio de 2017 
  8. a b Mattoso, José. História de Portugal. Lisboa: Editorial Estampa. p. 561–562. ISBN 972-33-1084-8 
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  10. «D. João IV». Porto Editora, Infopédia. Consultado em 14 de maio de 2017 
  11. «D. Afonso VI». Porto Editora, Infopédia. Consultado em 14 de maio de 2017 
  12. «D. Pedro II». Porto Editora, Infopédia. Consultado em 14 de maio de 2017 
  13. Nizza da Silva, Maria Beatriz (2009). D. João V. Lisboa: Temas & Debates. 368 páginas. ISBN 9789727599820 
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  15. Birmingham, David (2003). A Concise History of Portugal 2ª ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 205. ISBN 978-0-5215-3686-8 
  16. «Peter III – King of Portugal». Encyclopædia Britannica. Consultado em 14 de maio de 2017 
  17. Birmingham, David (2003). A Concise History of Portugal 2ª ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 205. ISBN 978-0-5215-3686-8 
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  19. cpdoc.fgv.br - pdf
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  22. Fernandes, Isabel Alexandra (2006). Reis e Rainhas de Portugal 5ª ed. Lisboa: Texto Editores. ISBN 972-47-1792-5 
  23. Amaral, Manuel (2000–2010). «João VI». Portugal – Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico. p. 1051–1055. Consultado em 16 de maio de 2017