Paula | ||||||||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Informações pessoais | ||||||||||||||||||||||||||
Nome completo | Maria Paula Gonçalves da Silva | |||||||||||||||||||||||||
Apelido | Magic Paula | |||||||||||||||||||||||||
Modalidade | Basquetebol | |||||||||||||||||||||||||
Representante | ![]() | |||||||||||||||||||||||||
Nascimento | 11 de março de 1962 (61 anos) Osvaldo Cruz, ![]() | |||||||||||||||||||||||||
Nacionalidade | ![]() | |||||||||||||||||||||||||
Compleição | Altura: 1,74 m | |||||||||||||||||||||||||
Posição | Armadora | |||||||||||||||||||||||||
|
Maria Paula Gonçalves da Silva (Osvaldo Cruz, 11 de março de 1962)[1][2][3] é uma ex-jogadora de basquetebol brasileira, mais conhecida como Paula ou Magic Paula (em referência ao jogador americano Magic Johnson).[4]
É considerada uma das melhores jogadoras que o basquete produziu. Paula é a segunda maior pontuadora da história da Seleção Brasileira adulta, tendo marcado 2.537 pontos em 150 partidas oficiais (foi a que mais jogou), média de 16,9 pontos por partida.
Paula é a segunda filha de uma família de quatro irmãs, todas Marias – Cássia Maria, Maria José e Maria Angélica.[5] Praticou diversas modalidades esportivas, como natação, tênis de mesa, xadrez e atletismo, até encontrar no basquete sua verdadeira veia.[1][3][5] Foi aos oito anos que ela viu uma professora brincando com uma bola de basquete pela primeira vez. Seu coração se encheu de emoção ao testemunhar a graciosidade daquele grande globo laranja dançando no ar, girando no aro e sendo abraçado pela cesta. A partir desse momento, não houve dúvidas: ela sabia que era aquele esporte que queria praticar.[4]
Paula começou a jogar com apenas dez anos de idade, quando o clube da cidade montou o primeiro time de basquete feminino,[4] e destacou-se tanto que, em 1974, foi convidada pelo técnico do Assis Tênis Clube para integrar o time da cidade. Saiu de casa, com o apoio dos pais, para viver com a família do técnico, que tinha duas filhas no time.[5] Paula jogou tanto como armadora, e mostrou eficiência fazendo assistências, cobrando lances livres e convertendo cestas de três pontos. Após um ano e meio, o time acabou.
Paula foi então para Jundiaí, jogar na equipe do Colégio Divino Salvador.[5] Passados três meses, com apenas catorze anos, foi convocada pela primeira vez para a Seleção Brasileira adulta, em 1976.[1][2][3][5] A estreia de Magic Paula jogando com a camiseta verde e amarela aconteceu na final do Campeonato Sul-americano de 1977, no Peru, contra as donas da casa.[5]
Depois de quatro anos no Divino, já consagrada, Paula transferiu-se para a Universidade Metodista de Piracicaba, onde acumulou diversos títulos, dentre eles dos Jogos Abertos, dos Jogos Regionais, Paulistas e Brasileiros.[1] Lá jogou durante oito anos, até que voltou para o Cica/Divino Salvador.[3][6]
Pouco tempo depois, a jogadora resolveu dar uma guinada na carreira e aceitou a proposta do time espanhol Tintoretto. Lá foi vice-campeã espanhola.[1] Porém, uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito[5], que resultou em uma cirurgia, aos 27 anos, além oito meses de recuperação afastada das quadras.[7] e,uma certa dificuldade de adaptação ao estilo de treino da equipe espanhola colaboraram para que Magic Paula voltasse ao Brasil, em 1991, quando vestiu a camisa do BCN/Piracicaba.
Paula recebeu o apelido de Magic Paula devido ao seu desempenho nas quadras, concedido pelo jornalista esportivo Juarez Araújo. Ele ficou impressionado com o estilo de Paula durante um jogo da Seleção Brasileira contra a Bulgária em 1983, no Ibirapuera. Rapidamente, o apelido foi adotado por todo o país.[8]
Nos Jogos Pan-americanos de Havana, realizados em 1991, a Seleção Brasileira feminina disputou as finais do torneio com as próprias cubanas e Fidel Castro compareceu ao jogo.[9] Nesse jogo, Magic Paula brilhou no segundo tempo: fez cinco arremessos de três pontos e acertou quatro, e as brasileiras venceram por 97 a 76. Na entrega da medalha de ouro, Fidel Castro pediu para Paula ficar de costas e apontando para sua camisa, fez um gesto negativo com o dedo como se tivesse a intenção de não entregar o ouro à atleta[2][5] e, brincando, chamou-a de "bruxa".[10] Paula tem até hoje o Pan, de 1991, como a conquista mais marcante de sua carreira.[11]
Em 1993, Paula foi para a Associação Atlética Ponte Preta, em Campinas, onde jogou ao lado de Hortência e conquistou o título mundial de clubes, no ginásio de Guarulhos, vencendo o Parma (Itália), na final, por 102 a 86.[12] Após certos confrontos pessoais com Hortência,[13] Paula voltou à Piracicaba para defender o Unimep.[6]
Em 1994, ela conquistou o título inédito do Campeonato Mundial de seleções, realizado na Austrália, onde a Seleção Brasileira derrotou os Estados Unidos, na semifinal, por 110 a 107, e a China na grande final, por 96 a 87.[1][5][14][15][16][17]
Em 1996, já jogando pelo Microcamp, além de ser campeã paulista pela oitava vez, brilhou novamente na seleção nos Jogos Olímpicos de Atlanta, conquistando a medalha de prata.[3][5] Despediu-se da seleção brasileira, onde jogou por 23 anos, mas continuou na quadra, disputando os campeonatos paulistas e nacionais, até o adeus definitivo, com a camisa do BCN/Osasco, no início de 2000.[2][3][18] Paula conquistou 27 títulos em 27 anos de carreira.[19][20]
Após o encerramento da carreira no basquete, Paula teve uma curta participação no Ministério do Esporte. Foi convidada para assumir a Secretaria Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, porém a passagem pelo órgão Federal durou apenas 158 dias. Uma das pautas defendidas, durante o período em que esteve a frente da secretaria, foi de que os atletas deveriam ter reconhecimento como "trabalhador do esporte" pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT.[21] Paula pediu demissão após alegar completa falta de autonomia e planejamento para trabalhar, além de um polêmico incidente no qual ficou constatado que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) pagou a estadia de membros do Ministério durante a realização dos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo.[22]
Em 2004, Magic Paula fundou o Instituto Passe de Mágica[1][2], organização sem fins lucrativos, em Piracicaba. Com a missão de contribuir para o desenvolvimento humano por meio da cultura da prática esportiva, fortalecendo vínculos comunitários e promovendo qualidade de vida, atende hoje quase 900 crianças em três cidades do Estado de São Paulo sendo: 2 Núcleos em Piracicaba, onde iniciou o instituto; 3 Núcleos em São Paulo e 2 Núcleo em Diadema. Em cada núcleo são atendidos semanalmente cerca de 120 crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos no contra-turno escolar. Os projetos contam com o aporte de Leis de Incentivo (Paulista e Federal) e apoios de algumas empresas com aporte direto. Em 2017 o instituto iniciou um Projeto de Formação Profissional - F5 no Vale do Ribeira, atendendo cerca de 20 municípios, contribuindo e potencializando as políticas públicas das cidades, com uma equipe especializada. Além do instituto, Paula já esteve envolvida em outros projetos filantrópicos, como o Projeto Anchieta, que busca proporcionar as bases para a reorganização de famílias, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social[23], e, ainda em 2004, visitou o internato feminino da Fundação CASA (antiga FEBEM) com a equipe de Ourinhos, onde ela deu uma aula de basquete para as adolescentes, que depois aplicaram o que aprenderam em um jogo descontraído. O objetivo era promover o interesse pelo esporte.[24]
Em novembro de 2005, Magic Paula foi oficialmente confirmada para integrar o Hall da Fama do Basquete Feminino e, em abril de 2006, ela embarcou para Knoxville, no Tennessee, para participar da cerimônia.[2][3]
Em dezembro de 2010, foi agraciada com a comenda da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo.[25]
Em 2013 a homenagem veio no Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (FIBA), em Genebra, na Suíça.[2]
Em 2019, entrou para o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil.[5]
Em 8 março de 2021, Magic Paula foi eleita como vice-presidente da Confederação Brasileira de Basquete ao lado de também ex-jogador Guy Peixoto Jr. Com isso, ela se tornou a primeira vice-presidente mulher na história da entidade.[5] Em dezembro de 2022, renunciou ao cargo.[26][27]
Em 2023, Paula entrou para o Colegiado de Direção do Comitê Brasileiro de Clubes-CBC, trazendo representatividade das mulheres para o Colegiado.[28]
Jogos Olímpicos
Torneio Pré-Olímpico
Campeonato Mundial
Copa América – Pré-Mundial
Jogos Pan-Americanos
Campeonato Sul-Americano
Campeonato Pan-Americano
Liga Espanhola
Taça Brasil
Campeonato Paulista