Norman Finkelstein
Norman Finkelstein
Norman Finkelstein i 2005
Nascimento 8 de dezembro de 1953 (70 anos)
Brooklyn
Residência Chicago
Cidadania Estados Unidos
Etnia judeus
Alma mater
Ocupação cientista político, historiador, escritor, professor universitário, ativista dos direitos humanos, acadêmico
Empregador(a) Universidade Rutgers, Universidade de Nova Iorque, Hunter College, Brooklyn College, Universidade DePaul
Obras destacadas A Nation on Trial, The Holocaust Industry, Beyond Chutzpah
Movimento estético antissionismo
Religião ateísmo
Página oficial
https://normanfinkelstein.com

Norman Gary Finkelstein (Nova York, 8 de dezembro de 1953) é um cientista político norte-americano.

Graduado pela Universidade do Estado de Nova Iorque (State University of New York) em Binghamton (SUNY Binghamton), estudou posteriormente na École Pratique des Hautes Études, em Paris, e obteve seu doutorado em Ciência Política na Universidade Princeton. Ensinou no Brooklyn College e no Hunter College, ambos da Universidade da Cidade de Nova Iorque. Também lecionou na Universidade de Nova Iorque e, finalmente, na Universidade DePaul, em Chicago, até setembro de 2007.

Suas ideias já lhe custaram o emprego de professor universitário, entre outros problemas. Em 23 de maio de 2008, Finkelstein foi impedido de entrar em Israel por supeitas de que tivesse contato com "elementos hostis a Israel". Na sua chegada ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv, Finkelstein foi interrogado e mandado de volta a Amsterdam, seu ponto de origem. Segundo funcionários da imigração, a decisão de deportar Finkelstein estava relacionada com suas "opiniões antissionistas" e críticas ao governo israelense.[1] Ele foi proibido de entrar em Israel nos próximos 10 anos.[2]

Biografia

Norman nasceu em 1953, na cidade de Nova York. É filho de judeus sobreviventes do Holocausto; sua mãe, Maryla Husyt Finkelstein, filha de um judeu ortodoxo, sobreviveu ao gueto de Varsóvia, ao campo de concentração de Majdanek e a dois campos de trabalhos forçados, além de ter perdido toda a sua família durante a Segunda Guerra Mundial. Seu pai, Zacharias Finkelstein, também foi um sobrevivente, tanto do gueto quanto do campo de concentração de Auschwitz.[1]

Norman Finkelstein tornou-se conhecido por seus escritos sobre o conflito israelo-palestino[3] e pelas polêmicas suscitadas por seu livro A indústria do Holocausto,[4][5] no qual critica organizações e personalidades judias (notadamente o Congresso Mundial Judeu e Elie Wiesel) que, segundo ele, instrumentalizam a Shoah com objetivos políticos (sustentar a política de Israel), ou mercantis (obter reparações financeiras por parte da Alemanha e da Suíça).[6]

Sua tese de doutorado é uma crítica meticulosa e severa do best seller publicado em 1984, From Time Immemorial, da norte-americana Joan Peters, livro que, segundo Finkelstein, reforça mito do "deserto" no qual os primeiros colonos israelenses se instalaram. Finkelstein denuncia as generalizações precipitadas e as acusações de antissemitismo proferidas por certas organizações judaicas contra os que se opõem à política do Estado de Israel.

Em novembro de 2006, publicou "Peace, Not Apartheid", uma crítica detalhada e, no geral, favorável ao livro de Jimmy Carter Palestine: Peace Not Apartheid, embora apontando alguns erros históricos..[7] Quando o livro de Carter tornou-se um best-seller, sofreu numerosos ataques de partidários da política israelense. Finkelstein publica então The Ludicrous Attacks on Jimmy Carter's Book , uma crítica às críticas do livro de Jimmy Carter.[8]

Em 2005, publicou Beyond Chutzpah: On the Misuse of Anti-Semitism and the Abuse of History ('Além de Chutzpah: o mau uso do antissemitismo e o abuso da história'), no qual critica o livro The Case for Israel do professor de direito de Harvard, Alan Dershowitz, qualificando-o de "embuste universitário".

Dershowitz ameaçou o editor de Beyond Chutzpah de processá-lo por difamação. Também pediu publicamente à Universidade DePaul que recusasse a indicação de Finkelstein como professor.[9]

Por meio de uma carta do seu presidente Dennis Holtschneider, a Universidade DePaul de Chicago confirmou a rejeição de sua candidatura a professor titular de Ciência Política.[10] A comissão de atribuição reprovou a alegação do conselho de faculdades.[11]

Em 5 de setembro de 2007, a universidade proibiu-o de ensinar e exigiu que ele liberasse seu escritório..[12] Finkelstein pediu demissão. No dia seguinte, a universidade emitiu um comunicado, declarando-o um cientista prolífico e um professor excepcional. Seu adversário, o professor de direito de Harvard, Alan Dershowitz, rebateu: "A declaração de que Finkelstein é um cientista é simplesmente falsa; o que ele faz é propaganda.".[13] Finkelstein, por sua vez, sustenta que foi obrigado a recusar o posto de professor em razão de pressões de fora da universidade.

Numa entrevista ao jornalista George McLeod, publicada em 16 de setembro de 2007, ele compara sua história aos casos de Juan Cole, da Universidade Yale, de Joseph Massad, de Nadia Abu el-Haj e de Rashid Khalidi.[14] Na mesma entrevista, Finkelstein afirma que o lobby israelense é mais poderoso que outros - como o de Estados Unidos e Europa.

Finkelstein como personagem de história em quadrinhos

O trabalho de Finkelstein atraiu muitas manifestações de apoio como também numerosos detratores. Entre os que o apóiam, estão Noam Chomsky, Raul Hilberg, Avi Shlaim, e Mouin Rabbani. Entre os críticos estão Peter Novick, Daniel Goldhagen e Omer Bartov.

Publicações

Bibliografia

Livros traduzidos em português

Ver também

Referências

  1. a b Katz, Yaakov (25 de maio de 2008). «American Israel critic denied entry to country». Jerusalem Post 
  2. "Israel blocks professor from entering, citing Hezbollah ties" International Herald Tribune24 de maio de 2008.
  3. Image and Reality of the Israel-Palestine Conflict, 1995
  4. Resenha de A indústria do Holocausto de Norman Finkelstein. Historianet.
  5. Resenha de A indústria do Holocausto de Norman Finkelstein, por Leo Gilson Ribeiro. Caros Amigos
  6. «Ambiguïtés», por Dominique Vidal. Le Monde Diplomatique (em francês)
  7. Peace Not Apartheid, por Norman Finkelstein Arquivado em 7 de agosto de 2007, no Wayback Machine., en:Znet, 14 de novembro de 2006
  8. The Ludicrous Attacks on Jimmy Carter's Book, en:CounterPunch, 28 de dezembro de 2006
  9. Embattled DePaul professor agrees to resign, ABC, 6 de setembro de 2007
  10. Maccarthysme au sein de l’université américaine, Le Monde Diplomatique, 19 de julho de 2007.
  11. Atitude qualificada como "excepcional" pelo jornal Le Grand Soir (Une attaque contre la liberté de recherche. Arquivado em 31 de maio de 2008, no Wayback Machine., Le Grand Soir, 13 de julho de 2007)
  12. L’affaire Finkelstein (suite), Le Monde Diplomatique, 6 de setembro de 2007
  13. The statement that Finkelstein is a scholar is simply false. He's a propagandist.Finkelstein bows out of DePaul University, The Guardian, 6 de setembro de 2007
  14. Finkelstein Interviewed[ligação inativa], en:Znet, 16 de setembro de 2007

Ligações externas