Esta página ou se(c)ção precisa ser formatada para o padrão wiki. Por favor ajude a formatar esta página de acordo com as diretrizes estabelecidas. (Janeiro de 2011)

Coordenadas: 39° 17' 14" N 9° 12' 53" O

Portugal Portugal Reguengo Grande 
  Freguesia  
Museu rural de Reguengo Grande
Museu rural de Reguengo Grande
Museu rural de Reguengo Grande
Localização
Localização no município de Lourinhã
Localização no município de Lourinhã
Localização no município de Lourinhã
Reguengo Grande está localizado em: Portugal Continental
Reguengo Grande
Localização de Reguengo Grande em Portugal
Coordenadas 39° 17' 14" N 9° 12' 53" O
Região Centro
Sub-região Oeste
Distrito Lisboa
Município Lourinhã
Código 110805
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 15,59 km²
População total (2021) 1 486 hab.
Densidade 95,3 hab./km²
Outras informações
Orago São Domingos

Reguengo Grande é uma freguesia portuguesa do município da Lourinhã, com 15,59 km² de área[1] e 1486 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 95,3 hab./km².

Demografia

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Reguengo Grande[3]
AnoPop.±%
1864 972—    
1878 1 221+25.6%
1890 1 468+20.2%
1900 1 481+0.9%
1911 1 585+7.0%
1920 1 703+7.4%
1930 1 737+2.0%
1940 1 986+14.3%
1950 1 947−2.0%
1960 1 956+0.5%
1970 1 695−13.3%
1981 1 664−1.8%
1991 1 587−4.6%
2001 1 562−1.6%
2011 1 626+4.1%
2021 1 486−8.6%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 217 201 800 344
2011 230 150 852 394
2021 174 141 725 446

Geografia

A freguesia de Reguengo Grande, situada no extremo norte do distrito de Lisboa, é também a freguesia que delimita o concelho de Lourinhã a nordeste.

Estendida na zona Leste do Planalto das Cezaredas, a freguesia de Reguengo Grande está situada no extremo norte do distrito de Lisboa, sendo delimitada a norte pelos concelhos de Peniche e Óbidos, a leste pelo concelho do Bombarral, a sul pela freguesia de Moita dos Ferreiros e a oeste pela União de Freguesias de São Bartolomeu dos Galegos e Moledo. Dista 12 km da sede do concelho – a Lourinhã.

Estende-se desde o Vale de Flandres, local onde ocorreu a Batalha da Roliça, nas Invasões Francesas, até ao Planalto das Cezaredas, onde, segundo a história, as tropas de Júlio César acamparam e onde encontra os limites da freguesia do Moledo, esbarrando depois a sul com a freguesia da Moita dos Ferreiros.

É uma freguesia com cerca de 1552 ha e integra, para além da sua sede, os Casais das Cezaredas, Fontelas e Casal Serrano como suas principais localidades.

Os seus montes e vales, de onde se salienta o Vale Cornaga, são zonas de reserva natural, outrora muito visitadas por forasteiros que aqui vinham passar férias e que as escolhiam para fazerem os seus piqueniques, estando hoje ao dispor de toda a população e com diversos passeios pedestres devidamente assinalados.

História

A fixação humana nesta região ascende a épocas imemoriais, contudo o seu nome não oferece dúvidas. A sua origem como freguesia é contemporânea do início da nacionalidade. O topónimo da freguesia é constituído por dois elementos, sendo o primeiro derivado do português arcaico “regalengo” ou “reguengo”, o que designa terras pertencentes ao rei e arrendadas a agricultores em troca de uma renda. Assim, a freguesia do Reguengo começou por ser uma região sob a alçada directa da coroa. O seu topónimo acabou por perpetuar essa época. O segundo elemento toponímico “grande” é qualificado como sendo de “tamanho maior que o vulgar”.

Da sua história destaca-se o acampamento realizado pelas tropas de Júlio César, aquando da invasão da Península Ibérica pelos romanos, nos Casais das Cezaredas.

O nome desta freguesia deriva do termo reguengo, que eram terras pertencentes ao rei. Desconhece-se a sua origem, sabendo-se no entanto que eram terras pertencentes ao rei, de modo que o próprio topónimo perpetuou essa fase da sua história. Além disso, Dom Pedro nos seus amores com Dona Inês andou por estas paragens, existindo até uma casa muito antiga, onde se diz que chegou a pernoitar e de tal modo ficou reconhecido que atribuiu à freguesia certos privilégios, como por exemplo o dos seus habitantes só irem à guerra quando o próprio rei fosse.

Em 3 de Fevereiro de 1433, Dom João I concede aos reguengueiros, ou seja, às pessoas que trabalhavam nos reguengos, grandes mercês, escusando-os de pagamentos de impostos, de não serem obrigados a servirem quaisquer encargos nos concelhos nem a obrigação do direito de pousada. Com estes benefícios, a partir desta data, formou-se a povoação do Reguengo Grande e a sua vizinha do Reguengo Pequeno, então pertencentes à Paróquia de São Lourenço dos Galegos, tendo-se separado no ano de 1525, sob a denominação de São Domingos do Reguengo Grande.

Aquando dos inquéritos mandados realizar em todo o país pelo Marquês de Pombal em 1758, já se falava no Reguengo como uma freguesia que, em meados do Séc. XVIII, tinha uma abundante produção de pão e especialmente frutas de maçãs, de sorte que, durante quase todo o ano iam, todos os dias, muitas cargas para a cidade de Lisboa.

Sofreu os efeitos nefastos das Invasões Francesas, tendo a Batalha da Roliça decorrido no limite oriental da freguesia, em 17 de Agosto de 1808. Esta batalha significou o princípio do fim das tropas napoleónicas.

Em termos administrativos, era uma das quatro freguesias que pertencia ao concelho de Óbidos, tendo passado para o Concelho da Lourinhã depois da reforma administrativa de Novembro de 1836. Eclesiasticamente, era uma abadia da apresentação do prior e beneficiados da freguesia de Santa Maria de Óbidos.

Nas "Memórias Paroquiais de 1758", o então pároco refere, em relação à sua economia: Os frutos que os moradores colhem com maior abundância são pão e especialmente frutas de maçãs, de sorte que quase em todo o ano vão todos os dias muitas cargas para a cidade de Lisboa.

Esta freguesia conheceu há uns anos um período áureo, com um desenvolvimento sócio-cultural acima da média das outras freguesias limítrofes, de onde se destacava a estação dos correios, a farmácia, o médico, coisa que para a época mostrava um certo desenvolvimento. Cedo criou a indústria de extracção de pedra (a conhecida pedra rija do Reguengo, que se encontra em muitos ornamentos como, por exemplo, na igreja matriz da Lourinhã) que mais tarde derivou para a indústria de transformação de mármores. É por excelência uma freguesia rural, tendo sido em tempos grande produtora de cereais, dos quais se destaca o trigo, que durante o período de colheitas dava trabalho a cinco debulhadoras. Foi, também, grande produtora vinícola, chegando a ter em funcionamento quatro caldeiras para a queima de vinhos e duas para bagaços, sendo as suas aguardentes de reconhecida procura. Muitos eram os jornaleiros que vinham de outras freguesias trabalhar na agricultura, tendo muitos deles, os que vinham de mais longe, fixado residência na freguesia.

Economia

O Reguengo Grande é uma freguesia extremamente fértil, o que se traduz na sua tradição agrícola, sendo afamada a tradicional maçã-reineta ou reguengueira. No entanto, o sector secundário tem-se expandido no Reguengo Grande, destacando-se actividades como a extracção de mármore e respectivas oficinas, as indústrias de carpintaria e mobiliário, as de reparações de automóveis e a de ferraria, bem como as instalações frigoríficas. O sector terciário tem na Feira Anual, a 20 de Maio, um momento de grande significado económico e social.

Património

Feira e festas anuais

O seu orago é São Domingos, fundador da ordem dos Pregadores. É-lhe dedicada uma festa anual no segundo domingo de Agosto.

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Reguengo Grande

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
Este artigo sobre freguesias portuguesas é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.vde