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Seymour Martin Lipset
Nascimento 18 de março de 1922
Harlem
Morte 31 de dezembro de 2006 (84 anos)
Condado de Arlington
Cidadania Estados Unidos
Alma mater
Ocupação sociólogo, cientista político, professor universitário, escritor, historiador
Prêmios
  • Bolsa Guggenheim
  • Medalha de Serviço pela Democracia
  • W.E.B. Du Bois Career of Distinguished Scholarship award (2000)
  • honorary doctorate of the Vrije Universiteit Brussel (1989)
Empregador(a) Universidade Harvard, Universidade de Toronto, Universidade George Mason, Universidade Columbia, Universidade Stanford, Universidade da Califórnia em Berkeley
Causa da morte acidente vascular cerebral

Seymour Martin Lipset (Nova Iorque, 18 de março de 1922Condado de Arlington, 31 de dezembro de 2006) foi um sociólogo estadunidense, filho de imigrantes judeus russos.

Biografia

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Seu pai era impressor e sua mãe uma camponesa, imigrantes da Rússia Imperial.

Lipset residiu em bairros pobres de Nova Iorque, graduou-se no City College de Nova Iorque, em 1943, e concluiu seu doutorado, PhD, na Universidade de Columbia, Nova Iorque, em 1949.

Na juventude, sua origem operária, sua nacionalidade russa, e a influência universitária o levaram a aderir ao marxismo, sendo um socialista ativo, na vertente anti-stalinista, trotskista, e, posteriormente, a se aprofundar nas especificidades da sociedade americana.[1]

Carreira

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Lipset foi professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, da Universidade de Columbia, da Universidade Harvard, do Instituto Hoover, da Universidade de Stanford, entre 1975 e 1990, da Universidade de Toronto e da Universidade George Mason.[2][3]

Pensamento Político e Sociológico

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Sua tese de doutorado, que foi seu primeiro livro, intitulada Agrarian Socialism: The Cooperative Commonwealth Federation in Saskatchewan, 1950, o notabilizou por se constituir num esforço de explicação de porque os EUA foram a única sociedade ocidental a não ter um Partido Socialista ou trabalhista forte. Cinquenta e um ano depois, seu livro, escrito em parceria com Gary Marks, intitulado It Didn't Happen Here: Why Socialism Failed in the United States, voltou a tematizar a mesma questão, fazendo um amplo estudo comparativo com as democracias ocidentais.[3]

Lipset destacou-se pela riqueza de sua teoria da democracia e pela defesa da tese do excepcionalismo americano, sendo um admirador dos ideais fundadores da América.

Ele foi um dos primeiros formuladores da "teoria da modernização", afirmando a democracia como consequência necessária do desenvolvimento e do crescimento econômico.[3] Lipset definia-se como um centrista, influenciado pelo pensamento social e político de Alexis de Tocqueville, John Stuart Mill e Max Weber.[4]

Tornou-se um ativo membro da ala conservadora do Partido Democrata, após abandonar o Partido Socialista em 1960, e foi um dos primeiros "neoconservadores", corrente intelectual e política que adquiriu grande visibilidade na Era Bush.

Lipset identificava, nos EUA, a força da cultura antiestatal, individualista, e a defesa da meritocracia e do dinamismo econômico, como fatores que explicavam a ausência de um Partido Socialista forte naquele país. Segundo Lipset, os cinco pilares do credo político americano: liberdade, igualitarismo, individualismo, populismo, e laissez-faire explicavam o caráter excepcional da democracia americana. O grau de adesão a esses princípios nos Estados Unidos, teria uma intensidade muito elevada, não observada em outras democracias ocidentais.[4]

Lipset propõe que nos países mais ricos e desenvolvidos, os conflitos distributivos se tornam menos radicais, o desenvolvimento econômico criaria condições para ânimos menos acirrados, em outras palavras, a prosperidade geraria, progressivamente, estabilidade política.[5]

O ideal igualitário no plano da cidadania e nas condições de disputa no mercado de trabalho, a associação entre desenvolvimento econômico e democracia, ou entre capitalismo e democracia, era enfatizada. A democracia e o capitalismo faziam uma perfeita combinação afirmava Lipset.[4]

As esquerdas americanas, por essas razões, seriam, predominantemente, anarquistas e não socialistas. O caso americano, segundo ele, era muito pouco provável de vir a confirmar a tese marxista da luta de classes levando a uma revolução inevitável. Obra de referência: It Didn't Happen Here: Why Socialism Failed in the United States, 2001

Lipset argumentava que a fraqueza do socialismo nos EUA refletia também a heterogeneidade da classe trabalhadora.

A estabilidade da democracia americana era explicada pelo modo mais moderado de tratar o conflito de classes, fator que favorecia emoções políticas mais contidas. Mas essa estabilidade decorria, também, da vigência de instituições que possibilitam o dissenso e o conflito, ao mesmo tempo que contribuem para a legitimidade e o consenso. A garantia de que a minoria poderá se tornar maioria em um novo governo, a importância das lideranças políticas e dos valores políticos para a boa funcionalidade dos sistema político inserem-se entre os fatores de estabilidade das instituições democráticas. Obras de referência : Political Man: The Social Bases of Politics, 1960; The First New Nation, 1963, Consensus and Conflict, 1987; The First New Nation and Continental Divide: The Institutions and Values of the United States and Canada, 1990

Publicou obras importantes sobre organização sindical, modernização, opinião pública, estratificação social e sociologia da vida intelectual.

Ele, também, aumentou seu envolvimento com os assuntos do judaísmo com o avançar da idade e dedicou-se muito ao tema Conflito no Oriente Médio, formulando propostas para a negociação de paz entre israelenses e palestinos.[3][6]

Lipset sobre George Washington

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Lipset admirava a liderança política de George Washington, constituída nas relações de poder de sua colônia natal, o atual estado da Virginia, Mount Vernon, como membro da classe rica de proprietários rurais, onde era de grande importância o caráter e a reputação das lideranças públicas, porque dessas lideranças dependia a vida da comunidade. Do mesmo modo, fundamental foi sua liderança no cenário político nacional, para fortalecer as bases da legitimidade da nova nação, que não possuía uma longa tradição. George Washington era uma figura política que unia o país e simbolizava o novo Estado perante as nações, uma personalidade que usou seu carisma a favor dos ideais da nova república, sem adotar práticas despóticas. (Cfr. Lipset, Seymour Martin. "George Washington and the Founding of Democracy." Journal of Democracy 9 (October 1998): 24-38).[7]

Cargos que ocupou e entidades que integrou

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Publicações selecionadas

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Ver também

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Referências

Ligações externas

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