Universidade Livre de Berlim | |
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Freie Universität Berlin | |
FUB | |
Lema | Veritas, Iustitia, Libertas |
Fundação | 4 de dezembro de 1948 |
Tipo de instituição | Universidade Pública, editor de acesso aberto, comprehensive university, University of Excellence |
Localização | Berlim Alemanha |
Funcionários | 7 856 |
Reitor(a) | Günter Matthias Ziegler |
Total de estudantes | 37 908 |
Campus | Berlim |
Orçamento anual | 648 791 000 euro |
Website oficial | |
A Universidade Livre de Berlim (em alemão: Freie Universität Berlin, abreviatura corrente: "FU Berlin") é uma das mais prestigiadas universidades da Alemanha e da Europa continental. Distingue-se pelo seu caráter moderno e internacional. É a maior das quatro universidades de Berlim. A pesquisa na universidade está focalizada nas Humanidades e nas Ciências Sociais, assim como nas Ciências da Saúde e nas Ciências Naturais. Fundada em Berlim Ocidental durante o início da Guerra Fria, o seu nome (Universidade Livre) refere-se ao facto de a Universidade Humboldt, mais antiga, ter ficado em Berlim Oriental, parte da cidade controlada pelas forças comunistas soviéticas.
Reconhecida como uma das instituições terciárias de topo da Alemanha, a FU Berlin foi uma de nove universidades de topo alemãs (também conhecidas como “universidades de elite”) a vencer na Iniciativa para a Excelência das Universidades Alemãs, uma iniciativa organizada pelo governo federal alemão que tem o objetivo de identificar e formar uma Ivy League alemã. Tendo recebido uma distinção em cinco programas doutorais, três centros de pesquisa interdisciplinares (alguns deles em cooperação com outras universidades) e na estratégia institucional geral, a FU Berlin foi a mais bem sucedida universidade na iniciativa. Nos rankings universitários, a universidade conta-se entre as melhores da Alemanha. Estabeleceu uma forte reputação nas Humanidades e nas Ciências Sociais, sendo uma das instituições de topo da Europa nestes campos.
Excluindo a escola médica Charité, co-administrada com a Universidade Humboldt, a FU Berlin é presentemente a universidade líder em oito centros de pesquisa cooperativos da Fundação Alemã de Pesquisa (DFG) e tem cinco unidades da DFG. Catorze académicos da FU Berlin receberam até hoje o Prémio Gottfried Wilhelm Leibniz da DFG, o mais respeitado prémio para feitos de pesquisa na Alemanha.
A maior parte das instalações da universidade estão na zona de Dahlem, no sudoeste de Berlim, em Steglitz-Zehlendorf. A primeira estrutura independente a ser completada no campus foi o Edifício Henry Ford, fundado pela Fundação Ford. Até então, a universidade tinha sido instalada em várias estruturas mais antigas dessa zona, como o Edifício Otto Hahn, onde foi descoberta a fissão nuclear, e que ainda hoje é a sede do departamento de Bioquímica.
O maior complexo de edifícios é o Rost- und Silberlaube, que consiste numa série de estruturas interligadas num tom alternadamente de bronze escuro e de prata brilhante, rodeando vários pátios arborizados. Desde 2005, esse complexo foi complementado pela Biblioteca de Filologia, da autoria do arquiteto britânico Norman Foster.
A FU Berlin foi fundada por estudantes e académicos em 4 de dezembro de 1948, com o apoio das forças americanas e de políticos de Berlim, como uma resposta à perseguição de estudantes críticos do sistema na Universidade Humboldt, então no setor soviético da cidade. Estes estudantes e académicos pretendiam estudar e fazer pesquisa numa universidade livre de influência política. Graças a generosos donativos dos Estados Unidos, a FU Berlin foi capaz de construir vários novos complexos centrais, incluindo a Clínica Universitária Benjamin Franklin e o Edifício Henry Ford, que alberga as cerimónias mais importantes. Com base na sua tradição fundadora, o brasão da FU Berlin ainda hoje inclui as palavras latinas para Verdade, Justiça e Liberdade. Em 2007, a FU Berlin dedicou um monumento aos estudantes que foram assassinados pelos serviços secretos soviéticos. A universidade atribui um Prémio da Liberdade a personalidades que tenham feito uma contribuição especial à causa da liberdade.
Os anos de 1968, 1990 e 2007 representam pontos de viragem da história da FU Berlin. Durante a década de 1960, a universidade foi cenário de protestos estudantis que forneceram o impulso para mais abertura, igualdade, e democracia. Depois da reunificação alemã em 1990, e mais intensamente a partir de 2000, a FU Berlin redefiniu-se. Os resultados da pesquisa da universidade melhoraram em termos de número de estudantes de pós-graduação, doutoramentos obtidos, e publicações. Por trás deste percurso de sucesso estiveram reformas fundamentais como a introdução de modernos sistemas de gestão na administração, uma reorganização de departamentos e uma utilização eficiente de recursos. Prognos, o respeitado instituto económico com sede em Basileia, na Suíça, atribuiu à FU Berlin um prémio pelos seus bons métodos de gestão. Desde 2003, a FU Berlin tem reorientado as suas capacidades transdisciplinares, reagrupando-as em centros de investigação transdisciplinares, aos quais chama “clusters”. O ano de 2007 foi outro ano crucial para a FU Berlin: foi a universidade com o maior número de candidaturas aprovadas para financiamento pela Iniciativa para a Excelência das Universidades Alemãs, e é agora uma das nove universidades alemãs de elite a receber financiamento para a sua estratégia de desenvolvimento futura.
A FU Berlin está localizada na zona residencial de Dahlem, no sudoeste de Berlim. No início do século XX, Dahlem foi estabelecido como um centro de pesquisa do mais alto calibre. Os primeiros edifícios albergavam agências de ciência governamentais e novos centros de pesquisa da Universidade Humboldt. A Sociedade Kaiser Wilhelm – precursora da atual Sociedade Max Planck – foi fundada em 1911 e estabeleceu diversos institutos em Dahlem. Um dinâmico grupo de investigadores (entre os quais Albert Einstein, Werner Heisenberg, Otto Hahn, Lise Meitner, Fritz Haber, Walter Bothe e Peter Debye) levou a cabo pesquisas pioneiras que resultaram em numerosos prémios Nobel. Desde a sua fundação, a FU Berlin tem utilizado edifícios anteriormente pertencentes à Sociedade Kaiser Wilhelm e, posteriormente, tem adicionado numerosos edifícios arquitetonicamente inovadores. O campus central consiste em conjuntos de edifícios a curta distância uns dos outros.
A universidade tem 12 departamentos académicos, três institutos centrais interdisciplinares e várias outras instituições centrais:
A FU Berlin mantém contactos internacionais de largo alcance com outras universidades e organizações que fornecem impulsos para a pesquisa e o ensino: na década de 1950, a FU Berlin já tinha estabelecido parcerias com universidades de topo americanas como a Universidade da Califórnia (incluindo a Universidade de Berkeley e a UCLA), a Universidade de Chicago, a Universidade Cornell, a Universidade Stanford, a Universidade de Princeton, a Universidade Yale e a Universidade Columbia. Na Europa, também desde cedo estabeleceu parcerias com a Universidade de Cambridge, com o University College London e com a École Normale Supérieure de Paris. A FU Berlin é um membro fundador do Centro de Educação Global para o Estudo da Lei Transnacional, o Centre for Transnational Legal Studies em Londres.
Os primeiros contactos com universidades da Europa Oriental foram feitos na década de 1970. Na década de 1990, as ligações foram aumentadas e passaram a incluir números crescentes de instituições da América do Norte, da Europa Oriental e do Extremo Oriente. O recém-estabelecido Centro de Cooperação Internacional (CIC) concentra-se em identificar novos parceiros estratégicos para projetos internacionais.
Hoje, a FU Berlin tem 130 parceiros a nível mundial, e anualmente recebe cerca de 600 académicos que contribuem para o ensino e a pesquisa na universidade. É uma das primeiras escolhas no programa Erasmus e no programa Tempus, assim como para o programa Fulbright e os programas internacionais do Serviço de Intercâmbio Académico Alemão (DAAD). Uma Universidade Internacional de Verão foi estabelecida para estudantes estrangeiros e providencia créditos académicos aceites internacionalmente.
A FU Berlin tem gabinetes externos em Nova Iorque, Bruxelas, Moscovo, Pequim, Cairo e Nova Deli. Os gabinetes externos procuram expandir cooperações já existentes.
Em abril de 2005 a FU Berlin abriu um gabinete conjuntamente com a Universidade de Munique (LMU) em Nova Iorque. Esta Aliança Universitária Alemã, localizada na Casa Alemã (a sede do consulado geral alemão e da missão alemã nas Nações Unidas), representa os interesses das duas universidades nos Estados Unidos e no Canadá e procura aumentar o intercâmbio de académicos e cientistas.
Adicionalmente, a FU Berlin fundou uma associação de antigos alunos e de levantamento de fundos em Nova Iorque, a FFUB. Desde 2003, a FFUB tem mantido contacto próximo com alumni e académicos da FU Berlin nos Estados Unidos e procura ganhar apoio financeiro de alumni e de amigos para fortalecer as ligações transatlânticas. Alguns dos fundos conseguidos ajudaram na renovação do Edifício Henry Ford.
Com gabinetes adicionais em Moscovo (desde 2004), Pequim e Nova Deli (desde fevereiro de 2008), operados em conjunto com parceiros fortes, grandes instituições de pesquisa, ou universidades, a FU Berlin está a aumentar estrategicamente o seu raio de ação enquanto universidade de rede internacional.
Em abril de 2006 a Universidade de Pequim abriu o seu primeiro ramo na Alemanha. Os seus objetivos incluem a promoção do conhecimento da cultura chinesa, da cooperação sino-germânica e da divulgação das línguas chinesas.
A Universidade Duke em Durham, Carolina do Norte, tem um Programa de Berlim (Duke in Berlin), levado a cabo com a FU Berlin e com a Universidade Humboldt. A Universidade da Califórnia organiza programas para estudantes americanos em Berlim e Potsdam. Há na FU um gabinete da Universidade da Califórnia, de forma a apoiar os estudantes de intercâmbio da Califórnia. O Gabinete de Programas Globais da Universidade Columbia de Nova Iorque administra o Consórcio de Estudos de Germanística de Berlim (BCGS). Estudantes de Columbia e das outras universidades incluídas no consórcio (Universidade de Chicago, Universidade Cornell, Universidade Johns Hopkins, Universidade da Pensilvânia, Universidade Princeton e Vassar College) podem frequentar aulas na FU durante um ou dois semestres, como alunos externos. Esta inscrição temporária é antecedida por um programa intensivo de seis semanas de estudo da língua alemã.
A FU Berlin é repetidamente classificada entre as melhores universidades alemãs, com destaque particular para as Artes e Humanidades, seguidas pelas Ciências Sociais. Por exemplo o THE-QS World University Rankings de 2009 classificou a FU Berlin como melhor universidade nas Artes e Humanidades na Alemanha, 6ª na Europa e 27ª no mundo [1]. O ranking QS World University Rankings de 2011 classificou a FU, em termos gerais, em 66º lugar internacionalmente.[1] Rivais notáveis na Alemanha, particularmente no campo das Artes e Humanidades e nas Ciências Sociais, incluem a Universidade de Munique, a Universidade de Heidelberg e a Universidade Humboldt de Berlim.
Ano | Ranking internacional | Ranking regional | Ranking nacional | Ranking Artes e Humanidades | Ranking ciências físicas | Ranking ciências sociais | Ranking ciências da vida |
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2006[2] | 149 | - | 33 | - | - | - | - |
2007[2] | 146 | - | 7 | 38 | - | - | - |
2008[3] | 137 | - | 4 | 24 | - | 62 | - |
2009[3] | 94 | - | 3 | 27 | - | 47 | - |
2010[4] | - | - | - | 34 | - | - | - |
2011[5] | 151 | 61 | 6 | 29 | - | - | - |
2012[6] | 128 | 48 | 6 | 25 | - | - | - |
2013[7] | 86 | 28 | 4 | 22 | - | 87 | 94 |
Ano | Ranking internacional | Ranking nacional | Ranking Artes e Humanidades | Ranking ciências físicas | Ranking ciências sociais | Ranking ciências da vida |
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2006[8] | 149 | - | - | - | - | - |
2007[9] | 146 | - | 38 | 102 | 61 | 132 |
2008[10] | 137 | 4 | 24 | 82 | 62 | 177 |
2009[11] | 94 | 3 | 27 | 77 | 47 | 137 |
2010[12] | 70 | 4 | 25 | 66 | 53 | 64 |
2011[13] | 66 | 4 | 30 | 60 | 56 | 72 |
2012[14] | 87 | 4 | 26 | 59 | 52 | 74 |
2013[15] | 109 | 5 | 28 | 106 | 96 | 188 |
A DFG atribui anualmente, desde 1985, a académicos alemães extraordinários o Prémio Gottfried Wilhelm Leibniz. É o mais alto prémio de pesquisa alemão, e consiste numa bolsa de pesquisa de 2.5 milhões de euros, a serem utilizados ao longo de 7 anos. Até agora, o prémio foi atribuído a 14 académicos da FU Berlin: