Vaginose bacteriana | |
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Micrografia das células do colo do útero revestidas por bactérias Gardnerella vaginalis (setas). | |
Sinónimos | Vaginite anaeróbica, vaginite inespecífica, bacteriose vaginal, vaginite por Gardnerella[1] |
Especialidade | Ginecologia, infectologia |
Sintomas | Corrimento vaginal fétido, ardor ao urinar[2] |
Complicações | Parto prematuro entre as grávidas[3] |
Causas | Desequilíbrio nas bactérias naturalmente presentes na vagina[4][5] |
Fatores de risco | Duches vaginais, novos ou múltiplos parceiros sexuais, antibióticos, uso de dispositivo intrauterino[5] |
Método de diagnóstico | Análises ao corrimento vaginal[6] |
Condições semelhantes | Vaginite por candidíase, tricomoníase[7] |
Prevenção | Probióticos[6] |
Medicação | Clindamicina ou metronidazol[6] |
Frequência | ~ 5% a 70% das mulheres[8] |
Classificação e recursos externos | |
eMedicine | 254342 |
MeSH | D016585 |
Leia o aviso médico |
Vaginose bacteriana é uma infeção da vagina causada pela proliferação excessiva de bactérias.[6][9] Os sintomas mais comuns são aumento do corrimento vaginal, na maior parte dos casos com odor semelhante a peixe.[2] O corrimento é geralmente de cor branca ou cinzenta.[2] Pode também ocorrer ardor ao urinar.[2] O prurido é pouco frequente.[2][6] Em alguns casos não se manifestam sintomas.[2] A vaginose bacteriana duplica o risco de contrair infeções sexualmente transmissíveis, incluindo VIH/SIDA.[8][10] Aumenta também o risco de parto prematuro entre as mulheres grávidas.[3][11]
A vaginose bacteriana é causada por um desequilíbrio nas bactérias naturalmente presentes na vagina,[4][5] quer pela alteração do tipo de bactéria mais comum, quer pelo aumento de centenas ou milhares de vezes do número total de bactérias presentes.[6] Geralmente, passam a ser mais comuns outras bactérias que não a Lactobacilli.[12] Entre os fatores de risco estão a utilização de duches vaginais, novos ou múltiplos parceiros sexuais, o uso de antibióticos e o uso de dispositivo intrauterino.[5] No entanto, a doença não é considerada uma infeção sexualmente transmissível.[13] O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e pode ser confirmado com análises ao corrimento vaginal, que podem evidenciar um pH superior ao normal e elevada quantidade de bactérias.[6] A vaginose bacteriana é muitas vezes confundida com vaginite por candidíase ou tricomoníase.[7]
O tratamento consiste geralmente na administração de antibióticos como a clindamicina ou metronidazol,[6] os quais podem também ser administrados no segundo e terceiro trimestres de gravidez.[6] No entanto, é frequente que a doença recorra mesmo após o tratamento.[6] As novas ocorrências podem ser prevenidas com probióticos.[6] Não é ainda claro se o uso de probióticos ou antibióticos afeta o prognóstico da gravidez.[6][14]
A vaginose bacteriana é a infeção vaginal mais comum entre mulheres em idade fértil.[5] A percentagem de mulheres afetadas em dado momento no tempo varia entre 5% e 70%.[8] A doença é mais comum em algumas regiões de África e menos comum na Ásia e na Europa.[8] Nos Estados Unidos afeta cerca de 30% das mulheres entre os 14 e 49 anos de idade.[15] Dentro do mesmo país, a prevalência varia significativamente conforme o grupo étnico.[8] Embora os sintomas de vaginose bacteriana tenham sido frequentemente descritos ao longo da História, o primeiro caso claramente documentado só aconteceu em 1894.[1]