Walmir Ayala | |
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Nome completo | Walmir Félix Solano Ayala |
Nascimento | 4 de janeiro de 1933 Porto Alegre, Brasil |
Morte | 28 de agosto de 1991 (58 anos) Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | crítico literário, poeta, romancista, memorialista, teatrólogo, autor de literatura infantojuvenil e crítico de arte |
Prémios | Prémio Nacional de Literatura Infantil(1972) Prémio Nacional de Ficção (1973) |
Magnum opus | Este sorrir, a morte : poemas |
Walmir Félix Ayala (Porto Alegre, 4 de janeiro de 1933 - Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1991) foi um poeta, romancista, memorialista, teatrólogo, ensaísta, crítico literário e crítico de arte brasileiro.[1]
Filho de Sylvio Solano Ayala e Letterina Riccardi Ayala, Walmir Ayala perde a mãe aos quatro anos. Seu pai, a princípio um modesto mecânico, prosperou quando passou a trabalhar com a venda de autopeças.[2]
Graduado em Filosofia pela PUC-RS em 1954, no ano seguinte Walmir publica seu primeiro livro de poesia, Face Dispersa, financiado por seu pai. Em 1956, transfere-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde produz diversas peças teatrais. Entre 1959 e 1965 atua como crítico de teatro em diversos periódicos, a exemplo do Jornal de Letras e da revista Leitura. De 1961 a 1993 publica livros de literatura infantil e de ficção.
Autor de uma obra bastante extensa em todos os gêneros, seu romance de maior sucesso, À beira do corpo (1964), conquistou o público e a crítica ao longo dos anos. Colaborou intensamente com diversos periódicos, como o Correio da Manhã, Última Hora, O Cruzeiro e o Jornal do Brasil (1968 - 1974), como crítico de artes plásticas. Também escreveu vários livros para o público infantojuvenil.
Em 1970 trabalhou como assessor cultural do Instituto Nacional do Livro. Nas décadas seguintes, publicou vários ensaios sobre arte brasileira. Conquistou, em 1972, o primeiro prêmio no Concurso de Literatura Infantil do Instituto Nacional do Livro, pelo livro A Toca da Coruja. Sua obra poética compreende os livros O Edifício e o Verbo (1961), Questionário (1967), Cangaço Vida Paixão Norte Morte (1972), Memória de Alcântara (1979) e Os Reinos e as Vestes (1986), entre outros. A poesia de Walmir Ayala vincula-se à terceira geração do Modernismo brasileiro. Foi um dos escritores brasileiros mais premiados de sua geração, nos vários gêneros literários a que se dedicou.[3]
Organizou diversas antologias, a exemplo da Antologia dos poetas brasileiros – fase modernista (Ediouro, 1967), a quatro mãos com Manuel Bandeira. Ainda em 1967, recebeu o prêmio de Poesia, concedido pela Fundação do Distrito Federal Protesto Contra a Censura, pelo livro Cantata. Coordenou, em 1975, a elaboração do Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos, organizado pelo Ministério da Educação (MEC).
Traduziu para o português obras dos espanhóis Miguel de Cervantes (1547-1916) e Federico García Lorca (1898-1936), além do poema Martín Fierro, do argentino José Hernández (1834-1886), publicado pela Ediouro em 1988.
Walmir Ayala tinha em Lúcio Cardoso um mentor intelectual com significativa influência em sua obra. Ambos inseriam-se no grupo denominado por Assis Brasil como a "Geração da Imagem"; ambos viviam o desconforto de não se adequarem à geração a que pertenciam e vivendo sua inquietação através de temas obsedantes: a morte sempre tangível, Deus e a religiosidade como forma de salvação, a infância para sempre perdida, a homossexualidade vista como um mal contra o qual não conseguiam lutar. Ambos escreveram diários, poemas, romances, contos, crônicas, teatro, trabalharam em jornais, fizeram crítica literária. Em seus diários, Ayala, declaradamente homossexual, demonstra também o mal-estar diante de uma sociedade que tratava a condição de homossexual de modo extremamente preconceituoso como, como algo patológico.[4]