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Arco de volta perfeita na Porta de Istar, Museu de Pérgamo, em Berlim

O arco (do latim arcu) é um elemento construtivo em curva que é arredondado, normalmente em alvenaria, que emoldura a parte superior de um vão (abertura, passagem) ou reentrância suportando o peso vertical do muro em que se encontra.

Das diversas aplicações que um arco pode ter, observa-se principalmente a sua utilização em portas, janelas, pontes, aquedutos, como elementos de composição tri-dimensional de abóbadas e até em paredes de retenção ou barragens (onde a pressão se efectua horizontalmente). Também em formações geológicas naturais se podem encontrar arcos como resultado da erosão.

Mas além da sua função prática de distribuição da carga o arco possui também uma forte componente decorativa permitindo uma grande variedade formal. É neste sentido estético que o arco se torna um elemento útil à identificação e classificação dos diversos movimentos artísticos na arquitectura.

Componentes e funcionamento

Representação esquemática do arco
1. Chave: Bloco superior ou aduela de topo que “fecha” ou trava a estrutura e pode ser decorada. Também designa o ponto de fecho de uma abóbada onde os arcos que a compõem se cruzam, geralmente em forma estilizada de flor.
2. Aduela: Bloco em cunha que compõe a zona curva do arco e é colocada em sentido radial com a face côncava para o interior e a convexa para o exterior.
3. Extradorso: Face exterior e convexa do arco.
4. Imposta: Bloco superior do pilar que separa o pé-direito do bloco de onde começa a curva, a aduela de arranque. É sobre a imposta que assenta esta primeira aduela que tem pelo menos um dos lados (junta) horizontal.
5. Intradorso: Face interior e côncava do arco.
6. Flecha: Dimensão que se prolonga desde a linha de arranque (delimitada pela imposta e pela aduela de arranque) até à face interior da chave. Esta área pode ser tapada dando lugar a um tímpano.
7. Luz: Vão, largura do arco, geralmente maior que a sua profundidade. A relação entre a flecha e a luz é geralmente traduzida numa fracção (ex: 1/2, 1/3, etc.)
8. Contraforte: Muro que suporta a impulsão do arco. Caso não exista uma parede esta impulsão pode ser recolhida por outro arco lateral e assim sucessivamente (arcada).

Ao contrário de aberturas rematadas a vigas, onde a carga vertical exercida directamente sobre um lintel o pode eventualmente deformar ou quebrar, o arco funciona em compressão e transporta o peso da construção para os pilares de suporte e para os lados (impulso lateral e diagonal) permitindo a abertura de vãos maiores sem risco de colapso.

Geralmente em pedra, tijolo ou outro material de construção similar, o arco é composto por blocos em cunha que, colocados adjacentemente, se travam uns aos outros em compressão e mantêm a forma em curva.

O bloco situado no vértice do arco, a maçaneta, é o último elemento a ser colocado e o que permite que a estrutura se trave e a forma se mantenha. Até à colocação deste último elemento é usada uma armação provisória em madeira ou metal, o cimbre, que serve de molde, apresentando o que será a curva interior do arco e que permite que as aduelas tenham apoio até à consolidação final com a chave. Caso os cálculos tenham sido mal efectuados pode acontecer que a estrutura colapse após a remoção do suporte.

História

Portal com arco quebrado da Mosteiro da Batalha em Portugal

O uso do arco surge com as civilizações da Antiguidade embora o Antigo Egipto, a Babilónia, a Grécia Antiga e a Assíria o tenham restrito a construções no sub-solo, nomeadamente em estruturas de drenagem e abóbadas. Por outro lado a sua arquitectura exterior é sobretudo caracterizada por uma tipologia onde se conjuga o uso da coluna com a viga horizontal. Assim, pela necessidade de minorar o impulso vertical sobre os lintéis de pedra, propaga-se o uso de colunas sucessivas de colocação próxima e que têm como função suportar a tal carga.

São mais tarde os romanos os responsáveis pela utilização do arco em grande escala, erigindo, pelo alcance de maiores vãos, edifícios de dimensões monumentais. É nesta altura que se propaga o arco de volta perfeita, semicircular e assente em pilares, e que será também uma das características do estilo românico e do Renascimento.

Por altura do estilo gótico difunde-se um novo género de arco que se crê já ter sido anteriormente utilizado pelos assírios, o arco quebrado. Este arco é composto por dois segmentos de circunferência com [centro]]s distintos dando lugar a uma forma cristalina que faculta ao arco uma maior força e possibilita vãos mais altos. Este arco provoca, no entanto, um maior impulso olíquo que será inicialmente recebido por espessos contrafortes e mais tarde por arcobotantes.

Também na arquitectura islámica é comum o uso do arco especialmente por motivações decorativas onde sobressaem o arco de ferradura e diversos arcos decorativos com a inserção de lóbulos rendilhados. Mais a Oriente, a China usava já desde dinastias antigas o arco aplicado à construção de pontes. Ao longo do tempo vão sendo adaptadas e fundidas diversas tipologias formais do arco nos diversos movimentos eclécticos da arquitectura.

Tipologias

Formas

Arco lanceolado no Palácio da Pena em Portugal
Arco peraltado (ao fundo) na igreja de San Pedro de la Nave em Espanha
Arcos polilobados no castelo de La Aljafería em Espanha
Arco trilobado no castelo de La Aljafería em Espanha
Arcos tudor na entrada para o Taj Mahal, índia
Arco em ferradura no castelo de La Aljafería em Espanha

Um arco pode adoptar diversas tipologias formais que variam consoante o número de centros e a sua localização, forma das aduelas, decoração, etc. Além das diferenças formais individuais também se podem encontrar arcos em grupos e diferentes combinações, como por exemplo, sobreposições de arcos em dois andares e interseções consecutivas de arcos. Seguem-se algumas das variantes por ordem alfabética.

Objectivos funcionais

Independentemente da sua forma o arco pode variar consoante a sua localização e aplicação funcional. Seguem-se algumas das variantes por ordem alfabética.

Arco de ogiva: estrutura o esqueleto da abóbada cruzando-se com outro no centro (chave) distribuindo o peso até aos pilares de apoio.
Formalete (formeiro, formalote): situa-se longitudinalmente em ambas as paredes laterais
Arco toral: situa-se perpendicularmente às paredes laterais.

Ver também

Bibliografia

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