A arqueologia processual é uma corrente teórica da Arqueologia formulada na década de 1960 pelo arqueólogo estadunidense Lewis Binford e também conhecida como “Nova Arqueologia”[1]. Recebeu influências do neo-evolucionismo, através dos antropólogos culturais Julian Steward e Leslie White.

Desenvolvimento

O advento da Nova Arqueologia, movimento surgido entre as décadas de 1960 e 1990 nos EUA, foi responsável pelo questionamento de muitos conceitos tradicionais da Arqueologia.[2] Por intermédio de um viés analítico, e de certo modo “exato”, através do rigor científico, a Nova Arqueologia apresentou-se como uma ruptura radical das dimensões subjetivistas e empiricistas do pensamento arqueológico anterior, introduzindo maneiras diferentes de se entender a teoria e a prática arqueológica. A “falta” de fundamentos racionalmente observáveis às conclusões obtidas pela Arqueologia tradicional deu impulso ao movimento que, através de noções mais claras e objetivas, definiram um novo caminho ao entendimento dos pressupostos do pensamento arqueológico. A falha da arqueologia tradicional em definir, de forma explícita, como e por que a arqueologia funciona é um dos elementos principais à origem dessa tendência. Por outro lado, a Nova Arqueologia, apesar de ser muito mais explícita a respeito do que faz e de como o faz, utiliza implicitamente a arqueologia tradicional e, ao fazê-lo, acaba padecendo dos mesmos problemas.

Na composição de seu corpus teórico, além do neo-evolucionismo, esta escola embasa-se na Teoria geral de sistemas e no positivismo lógico. Tem como principal foco a identificação e a explicação de processos culturais no registro arqueológico. Advoga enfoques teórico-metodológicos rigorosos no sentido de dotar a Arqueologia de um caráter científico e orientá-la para a solução de problemas e hipóteses cientificamente formulados.

Busca a construção de modelos cuja aplicação à Arqueologia propiciaria a formulação de leis evolutivas que explicassem e interpretassem processos culturais. Enfoca a noção de cultura como um sistema adaptativo, caracterizando as mudanças culturais a partir de fatores internos, destacando a importância de variáveis ambientais nas pesquisas arqueológicas.

A arqueologia processual valoriza o tempo / mudança, tendo como objectivo principal, compreender as causas das mudanças culturais (processo cultural) nos contextos culturais e ambientais em transformação, devendo os arqueólogos dar prioridade à explicação em vez da descrição dos contextos.

A cultura material da Era do Bronze pelas teorias de Lewis Binford:

Características

Essas quatro causas estão intimamente relacionadas às necessidades de constituição de uma teoria da Arqueologia que fosse mais clara, mais evidente, também de um ponto de vista prático. Evidentemente, a Nova Arqueologia conserva ainda traços dessa Arqueologia tradicional, demonstrando a contribuição importante que a anterior foi responsável na construção desse campo do conhecimento humano.

Referências

  1. «FUNARI, Pedro Paulo A. Teoria e métodos na Arqueologia contemporânea: o contexto da Arqueologia Histórica. Dossiê Arqueologias Brasileiras, v. 6, n. 13, p. 2004-2005, 2006.» (PDF). Consultado em 6 de fevereiro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 3 de março de 2016 
  2. Trigger, Bruce. A History of Archaeological Thought. Cambridge University Press: New York, p. 148
  3. DUNNELL, Robert C. Classificação em arqueologia. EdUSP, 2007, p. 20.
  4. DUNNELL, Robert C. Classificação em arqueologia. EdUSP, 2007, p. 22.

Bibliografia

Ver também

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