CNT Rio de Janeiro | |
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TV Corcovado S/A | |
Rio de Janeiro, RJ Brasil | |
Tipo | comercial |
Canais | digital: 27 UHF virtual: 9 PSIP |
Outros canais | Claro TV+: 22 e 522 Vivo Play: 20 9 VHF analógico (1982–2017) |
Sede | Rio de Janeiro, RJ |
Rede | CNT |
Rede(s) anterior(es) | Rede Record (1982–1987) MTV Brasil (1990–1992) Rede OM Brasil (1992–1993) |
Fundador(es) | Silvio Santos |
Pertence a | Organizações Martinez |
Proprietário(s) | Flávio Martinez |
Antigo(s) proprietário(s) | Guilherme Stoliar (1982–1991) José Carlos Martinez (1991–2003) |
Presidente | Flávio Martinez |
Fundação | 3 de abril de 1982 (41 anos) |
Prefixo | ZYB 518 |
Nome(s) anterior(es) | TV Record Rio de Janeiro (1982–1987) TV Copacabana (1987) TV Corcovado (1987–1993) |
Cobertura | 38% do estado do Rio de Janeiro |
Coord. do transmissor | |
Potência | 9 kW |
Agência reguladora | ANATEL |
Informação de licença | CDB |
Página oficial | www |
CNT Rio de Janeiro é uma emissora de televisão brasileira sediada no Rio de Janeiro, capital do estado de mesmo nome, que opera no canal 9 (27 UHF digital) e é uma emissora própria da Central Nacional de Televisão. Seus estúdios estão localizados no bairro de São Cristóvão, e sua antena de transmissão está no alto do Morro do Sumaré, no Rio Comprido.
O canal 9 VHF do Rio de Janeiro operou primeiramente a TV Continental, de 1959 a 1971, cassada pelo governo brasileiro em 1972 após sair do ar por dificuldades financeiras enfrentadas ao longo de seus anos de atividade.[1] Depois de sua extinção, transmissor, torre e antena da emissora foram postos a leilão e arrematados pelo apresentador de televisão Silvio Santos, que os aproveitou para utilizá-los no funcionamento de seu primeiro canal, a TVS.[2] Em 1973, o canal 9 do Rio chegou a ser outorgado ao Jornal do Brasil, cuja pretensão era a de formar uma rede nacional com outra concessão obtida em São Paulo, porém por problemas que adiaram o lançamento ambos foram devolvidos ao governo em 1978.[3]
Em 1980, o Ministério das Comunicações abriu concorrência pública para entregar a novos donos sete canais de televisão da Rede Tupi, cassados devido a seus problemas administrativos, em que Silvio Santos participa. No ano seguinte, foram-lhe cedidas as outorgas de São Paulo, Belém e Porto Alegre, que formariam o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT),[4] mais a do canal 9 do Rio de Janeiro, que não integrou o SBT.[5] Pela legislação não permitir que uma pessoa obtivesse mais de uma concessão de rádio ou televisão numa mesma cidade, Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio, tornou-se seu proprietário legal, enquanto o apresentador a comandaria informalmente.[6]
Em 1982, Silvio Santos lançou através da concessão oferecida no Rio de Janeiro uma sucursal da TV Record de São Paulo, da qual era proprietário em sociedade com Paulo Machado de Carvalho. O Cinema Fluminense, no Campo de São Cristóvão, no bairro de mesmo nome, começou a ser reformado em janeiro para a instalação da emissora, que contaria com um auditório e um palco de 320 m². Em março, foram oferecidas vagas de emprego para engenheiros e técnicos em eletrônica, atraindo cerca de mil candidatos ao endereço da futura estação.[7] Os investimentos com a compra de equipamentos e as despesas da reforma de sua sede somaram 2,5 milhões de dólares.[8]
Estava previsto que a TV Record Rio de Janeiro iniciasse suas transmissões ao meio-dia de 3 de abril, mas devido a um atraso na entrega de uma peça fabricada nos Estados Unidos o lançamento foi adiado para as 20 horas. A primeira atração local foi a partida entre Fluminense e Grêmio, ocorrida no dia seguinte, em Porto Alegre, válida pelas quartas de final da Taça de Ouro.[8] No final do mesmo ano, houve uma troca de sedes entre a TV Record e a TVS: a primeira foi deslocada para os estúdios da segunda, na rua General Padilha, enquanto esta foi para o prédio do Cinema Fluminense, considerado mais apropriado para a gravação de seu programa O Povo na TV, além de haver uma idealização em fazer do Rio de Janeiro o centro de produção da Record, que não foi para frente.[9]
Em setembro de 1985, foi aberto um processo de venda da parte do conjunto de emissoras de Paulo Machado de Carvalho correspondente a Silvio Santos para o diretor-presidente do Jornal do Brasil Nascimento Brito e o presidente da FIFA João Havelange. Enquanto as emissoras de rádio e televisão no estado de São Paulo teriam 50% de suas ações adquiridas, a TV Record Rio de Janeiro seria repassada em 80%.[6] Havelange contou com o apoio de dirigentes do grupo mexicano Televisa, entre eles Emilio Azcárraga Milmo, por terem fortes ligações com o futebol.[10][11] A compra, no entanto, não foi adiante.
Em 9 de abril de 1987, a emissora adotou a identificação TV Copacabana, modificada novamente, em 8 de junho, para TV Corcovado, devido à legislação desautorizar o uso de um nome por dois veículos de comunicação não pertencentes ao mesmo dono — existia no Rio de Janeiro a Rádio Copacabana, de propriedade do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus.[5][6][12]
Em 17 de agosto de 1990, a TV Corcovado e o Grupo Abril fecharam um acordo, com validade de três anos, de retransmissão da MTV Brasil, cuja marca era licenciada pelo canal de mesmo nome da empresa norte-americana Viacom, tornando-se sua primeira afiliada e recebendo metade de seu faturamento.[13] Para exibir a programação da nova rede, a emissora adquiriu um equipamento de transmissão com som estéreo.[14] A afiliação à MTV Brasil foi iniciada ao meio-dia de 20 de outubro, concomitantemente à inauguração da rede a partir de São Paulo, que levou ao ar o videoclipe da versão de Marina Lima da música "Garota de Ipanema", porém problemas técnicos no áudio da transmissão fizeram a TV Corcovado apenas veicular as imagens. Após alguns minutos, foi inserido sobre o clipe a música "Walk of Life", da banda Dire Straits, e às 13h07 a situação foi normalizada. Durante o ocorrido, a emissora pôs no ar uma mensagem atribuindo o problema à geradora paulistana.[15][16]
Em julho de 1991, a TV Corcovado foi vendida ao empresário e político José Carlos Martinez, proprietário da Rede OM, do Paraná, que, afiliada à Rede Record, planejava formar uma rede nacional.[17] O contrato de afiliação com a MTV Brasil continuou valendo,[18][19] mas com a proximidade de seu fim o Grupo Abril buscou por um canal na faixa UHF no Rio.[20] Em 4 de março de 1992, após investir em uma campanha para auxiliar os telespectadores a sintonizarem seu novo canal, o sinal da MTV Brasil entrou no ar, também, pelo canal 24 UHF,[21][22] e no dia 9 a TV Corcovado afiliou-se à Rede OM Brasil, inaugurada no mesmo dia.[23]
Em 22 de agosto, Martinez revelou, em depoimento à uma comissão na Câmara dos Deputados, ter solicitado 2,5 bilhões de cruzeiros ao empresário Paulo César Farias e recebido um cheque administrativo fantasma do Banco Rural para adquirir a emissora e integrá-la à Rede OM.[24] Farias foi um dos tesoureiros da campanha eleitoral de 1989 do candidato à presidência da República Fernando Collor e envolveu-se em um grande escândalo de corrupção conhecido como Esquema PC ao praticar irregularidades durante seu mandato. O processo em relação ao caso contra Martinez, acusado pelo Ministério Público Federal de sonegação fiscal, evasão de divisas e falsidade ideológica, foi aberto no Tribunal Superior Eleitoral em 4 de novembro de 2002.[25] Em 23 de maio de 1993, com a imagem desgastada devido a problemas estruturais e financeiros e por ter sido alvo de denúncias de corrupção, a Rede OM Brasil foi renomeada para Central Nacional de Televisão,[26] resultando na mudança da emissora carioca para CNT Rio de Janeiro.
Canal virtual | Canal digital | Resolução de tela | Programação |
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9.1 | 27 UHF | 1080i | programação da CNT Rio de Janeiro |
A CNT Rio de Janeiro iniciou os testes de sua transmissão em sinal digital pelo canal 27 UHF em 11 de novembro de 2011.[27] Com base no decreto federal de transição das emissoras de televisão brasileiras do sinal analógico para o digital, a CNT, bem como as outras emissoras do Rio, cessou suas transmissões pelo canal 9 VHF em 22 de novembro de 2017, seguindo o cronograma oficial da ANATEL.[28]
No início da fase como TV Record Rio de Janeiro, sua programação, sob direção de Paulo Machado de Carvalho Filho, era composta por animações e filmes durante grande parte do dia e produções independentes, como o Noites Cariocas, apresentado por Nelson Motta e Scarlet Moon, com transmissões ao vivo de shows no Marina Palace Hotel, além de apresentações de cantores da MPB. Também eram retransmitidas atrações da TV Record São Paulo.[29][8] Ao final de 1982, consolidou-se no terceiro lugar em audiência no IBOPE, estando atrás da TV Globo e da TVS.[30]
Em 1987, as produções independentes da agora renomeada TV Corcovado preencheram mais sua grade.[6] Uma das principais era o Rio Turismo, que apresentava pontos turísticos do Rio de Janeiro com edições em português, inglês e espanhol e servia como atrativo para turistas que se hospedavam em hotéis da cidade. Sua exibição ocupava diversas faixas horárias da programação da emissora.[31][5] No mesmo ano, integrou, com a TVE, uma rede de transmissão dos Jogos Pan-Americanos para o Rio de Janeiro.[32][33] Neste período posicionou-se em penúltimo lugar em audiência dentre as estações cariocas, ganhando apenas da TV Rio.[6] Em novembro de 1989, visando tornar a programação competitiva em audiência, a TV Corcovado começou a retransmitir programas da TV Record, entre jornalísticos, de variedades e sessões de filmes.[34][35] Quando afiliada à MTV Brasil, concentrou sua programação local para as manhãs, sendo sua maior parte dedicada a atrações religiosas.[36]
Um dos primeiros programas da emissora como filial da CNT foi o esportivo Mesa Redonda Rio, apresentado pelo narrador José Carlos Araújo de 1993 a 2007,[37] que depois foi substituído pelo Balanço Esportivo Rio, com Edilson Silva, de 2008 a 2015.[38][39] Em 1997, estreou em sua grade o programa independente Samba de Primeira, que havia passado pela TV Corcovado e pela Band Rio nas décadas de 1980 e 1990.[40] Comandada por Jorge Perlingeiro, que se inspirou em um quadro do Programa Aérton Perlingeiro, de seu pai, na Rede Tupi entre os anos 1960 e 1970, a atração saiu do ar em 2015 devido à falta de patrocínio.[41] Também em 1997, Wagner Montes foi contratado pelo canal, onde apresentou 190 Urgente, Na Poca do Povo e Em Cima do Fato e os programas de variedades Programa Wagner Montes e Novos Talentos, cancelado por acusação de plágio de uma produção semelhante da TV Globo. Montes permaneceu na CNT até 2003, quando foi para a TV Record.[42] No final dos anos 2000, assim como a rede, a CNT Rio de Janeiro arrendou parte de sua programação local para produções de igrejas.[43][44]
Atualmente, além de retransmitir a programação nacional da CNT, a emissora exibe os programas Fala Baixada, apresentado por Mauro Vasconcelos,[45] o Jogo do Poder Notícias Rio, com Ricardo Bruno,[46] e o boletim CNT Notícias RJ, com Vanda Leston.[47]