Marina Colasanti | |
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Marina Colasanti em 2012 | |
Nascimento | 26 de setembro de 1937 (86 anos) Asmara, África Oriental Italiana (atualmente Eritreia) |
Residência | Rio de Janeiro |
Nacionalidade | italiana brasileira |
Cidadania | Eritreia, Brasil, Itália |
Progenitores | Arduíno Colassanti (irmão) |
Cônjuge | Affonso Romano de Sant'Anna |
Filho(a)(s) | Alessandra Colassanti |
Ocupação | Jornalista, escritora e tradutora |
Prémios | Prémio Jabuti (1993), (1994), (1997), (2010), (2011), (2014) Ordem da Estrela da Solidariedade Italiana (2019) |
Obras destacadas | Passageira em Trânsito |
Página oficial | |
MarinaColasanti.com | |
Marina Colasanti (Asmara, 26 de setembro de 1937) é uma escritora, contista, jornalista, tradutora e artista plástica ítalo-brasileira nascida na então colônia italiana da Eritreia. A autora publicou mais de 70 obras para crianças e adultos.[1]
Marina Colasanti nasceu em 26 de setembro de 1937, na cidade de Asmara, capital da Eritreia. Passou parte da infância em Trípoli, na Líbia, e também na Itália.[2] Em razão da difícil situação vivida na Europa após a Segunda Guerra Mundial, Colasanti e sua família emigram para o Brasil em 1948, fixando residência no Rio de Janeiro.[3][4] A sua mãe faleceu aos 40 anos quando Marina tinha 16 anos.[4]
Nascida numa família de artistas, neta de um professor de uma escola de artes, crítico de arte e escritor,[4][5] filha de Manfredo Colasanti e irmã de Arduino Colasanti, ambos atores, e sobrinha-neta de Gabriella Besanzoni, cantora lírica, Colasanti esteve sempre cercada por arte.[6] Durante os anos de 1952 e 1956, estudou pintura com Caterina Baratelli, e em 1956 entra para a Escola Nacional de Belas Artes, na cadeira de Professorado de Desenho.[7] A sua formação como artista plástica possibilitou que ela mesma pudesse, mais tarde, ilustrar suas obras.[5]
Em 1962, começou a trabalhar como jornalista no Jornal do Brasil, onde trabalhou por 11 anos e em diversas funções: redatora, repórter, editora, colunista e cronista. Depois, foi trabalhar na editora Abril, na Revista Nova, onde passou 18 anos, mas paralelamente foi publicando seus livros.[5][6]
Ela escreveu para vários veículos, apresentou programas inúmeros televisivos em que conseguiu notoriedade na mídia e criou alguns roteiros para filmes e novelas que não lhe renderam muito bem. Ao mesmo tempo ela se devotou ao universo literário e lançou sua primeira obra, Eu Sozinha, em 1968. Desde então ela publicou mais de 30 livros, entre histórias voltadas para o público infantil e os enredos direcionados aos adultos.[carece de fontes]
Traduziu importantes textos da Literatura italiana. Como escritora, publicou mais de 70 livros, entre contos, poesia, prosa, literatura infantil e infanto-juvenil.[1][8]
Conhecida por seus livros infantis, Colasanti já recebeu dezenas de prêmios literários, como o Jabuti em 1993, 1994, 1997, 2009, 2010, 2011 e, em 2014, venceu o prêmio na categoria Livro do Ano de Ficção. Seu livro de contos Uma Ideia Toda Azul recebeu o prêmio O Melhor para o Jovem, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Em 2010, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Passageira em trânsito.[9] Em 2017, ela recebeu o 13º Prêmio Ibero-americano SM de Literatura Infantil[5]
A vasta produção literária de Marina Colasanti abrange mais de cinquenta títulos de poesia, contos e crônicas, publicados no Brasil e traduzidos em diversas outras línguas. Suas obras são bastante variadas e atraem leitores de diversas faixas etárias. Os temas sobre os quais a autora reflete em suas obras também são os mais diversos, como histórias de amor, o papel da mulher na sociedade, os relacionamentos interpessoais, entre outros. A autora também é ilustradora de suas próprias obras. Muitas obras de Marina Colasanti são utilizadas como objetos de pesquisas na área dos estudos literários de diversas universidades brasileiras e estrangeiras.[carece de fontes]
A escritora se declara feminista histórica, fez parte do primeiro Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e durante 20 anos atuou com temas ligados ao feminino no mundo, trabalho do qual resultaram quatro livros.[6]
É casada com o também escritor Affonso Romano de Sant'Anna.[10]
Em 2023, se tornou a primeira mulher vencedora do Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto das obras, prêmio entregue pela Academia Brasileira de Letras (ABL).[11][12][13][14][15][16][17]
Em 2008, Marina forneceu uma entrevista ao Museu da Pessoa [18], quando questionada sobre suas lembranças a respeito do primeiro livro que havia lido em sua vida, ela responde de forma enfática demonstrando a presença da literatura desde a infância.
"Não tenho, porque eu não tenho lembrança de ausência de livro. Eu sou de uma cultura leitora. Um país... Mais do que um país, a Europa. A Europa é leitora, a Itália é um país leitor, então uma casa sem livro pra mim é inconcebível. Eu nunca ganhei um primeiro livro, os livros estavam ao meu redor sempre. Quando eu não sabia ler, a minha mãe lia pra mim. Então depois é que eu aprendi a ler. É um contínuo. Não tem um momento que o livro entra, o livro sempre esteve."— Marina ColasantiEm entrevista ao Museu da Pessoa