Itamar Vieira Junior | |
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Itamar Vieira Junior | |
Nome completo | Itamar Rangel Vieira Junior |
Nascimento | 6 de agosto de 1979 (44 anos) Salvador, Bahia, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Prémios | Prémio LeYa (2018), Prêmio Jabuti (2020), Prêmio Oceanos (2020) |
Gênero literário | romance, conto |
Magnum opus | Torto Arado (2019) |
Itamar Vieira Junior (Salvador, 6 de agosto de 1979) é um escritor brasileiro. É autor do romance Torto Arado, ganhador do Prémio LeYa de 2018, do Prêmio Jabuti de 2020 e do Prêmio Oceanos de 2020.[1][2]
Nasceu em Salvador, em 1979. Na adolescência, residiu no estado de Pernambuco, e mais tarde na cidade de São Luís. Começou os estudos de geografia na graduação na Universidade Federal da Bahia (UFBA), sendo o primeiro aluno receptor da Bolsa Milton Santos, dedicada para jovens negros de baixa renda. Formou-se em geografia e concluiu mestrado. É doutor em estudos étnicos e africanos pela Universidade Federal da Bahia com estudo sobre a formação de comunidades quilombolas no interior do Nordeste.
Em 2012, publicou o livro de contos Dias. Em 2017, publicou o livro de contos A oração do carrasco, finalista na mesma categoria do 60.º Prêmio Jabuti (2018).[3] Em 17 de outubro de 2018, o Prémio LeYa foi atribuído ao romance “Torto Arado”, de sua autoria. O júri, presidido pelo poeta Manuel Alegre, justificou a concessão por unanimidade do prêmio “pela solidez da construção, o equilíbrio da narrativa e a forma como aborda o universo rural do Brasil, colocando ênfase nas figuras femininas, na sua liberdade e na violência exercida sobre o corpo num contexto dominado pela sociedade patriarcal. Sendo um romance que parte de uma realidade concreta, em que situações de opressão quer social quer do homem em relação à mulher, a narrativa encontra um plano alegórico, sem entrar num estilo barroco, que ganha contornos universais. Destaca-se a qualidade literária de uma escrita em que se reconhece plenamente o escritor”.[4]
A poeta angolana Ana Paula Tavares, membro do júri, realçou “a capacidade do autor de manter o nível da narrativa” do livro vencedor, exaltando a sua “elegância poética que se mantém do princípio ao fim”. E complementa: “As personagens fortes são as femininas, e ele consegue manter essa firmeza, esse recorte, essa violência, a violência exercida sobre as mulheres e das mulheres, entre elas. Está muito bem visto e escrito”, afirmou.[5]
Itamar também é servidor público do INCRA, órgão estatal responsável pela condução da reforma agrária no Brasil. Como tal, já recebeu ameaças de mortes e outras violências por sua atuação para uma divisão mais equânime da terra e sua proximidade com povos quilombolas.