Luiz Ruffato | |
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Durante a feira do livro em 2015. | |
Nascimento | 04 de fevereiro de 1961 (63 anos) Cataguases ![]() |
Residência | São Paulo, SP |
Nacionalidade | Brasileiro ![]() |
Ocupação | Escritor |
Principais trabalhos | eles eram muitos cavalos; Estive em Lisboa e Lembrei de Você; série Inferno Provisório; |
Prémios | Casa de las Américas (2001, 2013) Prêmio Machado de Assis |
Luiz Ruffato (Cataguases, 4 de fevereiro de 1961) é um escritor brasileiro. Seu romance Eles eram muitos cavalos, de 2001, ganhou o Troféu APCA oferecido pela Associação Paulista de Críticos de Arte e o Prêmio Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional. Em 2011, com a publicação do romance Domingos Sem Deus, concluiu a pentalogia Inferno Provisório.
Nascido em Cataguases, Minas Gerais em 1961, é filho de um pipoqueiro - filho, por sua vez, de imigrantes portugueses - e de uma lavadeira de roupas de origem norte-italiana.[1] Formou-se em tornearia-mecânica pelo Senai e trabalhou como operário da indústria têxtil, pipoqueiro e atendente de armarinho durante a juventude.[2] Graduou-se em Comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora e trabalhou em diversos jornais até se mudar para São Paulo em 1990. Em 2003, abandonou a carreira de jornalista para se tornar escritor em tempo integral.[3]
Seu primeiro livro publicado foi O homem que tece (1979), poemas sobre o operariado e a classe média baixa brasileiros. Seu segundo livro publicado foi Histórias de Remorsos e Rancores (1998), reunião de sete contos que giram em torno dos mesmos personagens, moradores do beco do Zé Pinto, em Cataguases. Em resenha, o escritor Ivan Ângelo afirma que o autor demonstra “originalidade, ousadia formal, domínio da narrativa e do assunto, criação de uma linguagem que define o lugar e as pessoas”.[4]
Em 2000, publicou (os sobreviventes), que recebeu menção especial do Prêmio Casa de las Américas. O livro é composto por seis contos, cujos personagens são pessoas comuns das classes baixa e média.[5]
Ambos os livros, revistos e reescritos, foram incorporados ao projeto Inferno Provisório.
Seu primeiro romance, Eles eram muitos cavalos, publicado em 2001, recebeu o Troféu APCA e o Prêmio Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional. Com uma estrutura não linear é composto por 70 fragmentos. O único elo entre eles é o fato de todas as narrativas ocorrerem em um só dia, o dia 9 de Maio de 2000 na cidade de São Paulo. O título do romance faz uma alusão ao poema de Cecília Meirelles, “Dos Cavalos da Inconfidência”.
O romance veio da ideia de Ruffato de escrever uma espécie de tributo sobre São Paulo, a cidade que o acolheu como a tantos outros brasileiros. A estrutura do livro surgiu da incapacidade de se apreender esta metrópole, devido a sua extrema dinamicidade e multiplicidade. Assim, o autor buscou outras maneiras de expor essa pluralidade no livro, valendo se de registros literários e não-literários como o estilo da publicidade, do teatro, do cinema, da música, da descrição, da narração, da poesia, etc. Ruffato afirma que o livro não é no seu ponto de vista um “romance” tradicional, mas uma espécie de “instalação literária”.[6]
Em 2005 iniciou com a obra Mamma, Son Tanto Felice a série Inferno Provisório, com cinco volumes. A série teve sequencia com O Mundo Inimigo, publicada no mesmo ano. Depois vieram Vista Parcial da Noite (2006), O Livro das Impossibilidades (2008) e, finalmente, Domingos sem Deus (2011).
O projeto de Ruffato era o de ficcionalizar a história da classe operária brasileira desde meados do século XX até o início do século XXI. Cada volume trata de um período histórico específico dessa história. Segundo Ruffato em entrevista de 2008:
O projeto foi concebido, segundo o autor, antes mesmo de publicar os seus dois primeiros livros. O núcleo da série estava nas narrativas de (os sobreviventes) e de Historias de Remorsos e Rancores. As narrativas desses dois livros foram, inclusive, reescritas e reaproveitadas para os três primeiros volumes do projeto.[6] Porém, a série só tomaria a forma final após a publicação de Eles eram muitos cavalos. Assim, desde a sua concepção a série levou cerca de 20 anos para ser concluída.[7]
Em 2007 foi selecionado para participar do Projeto “Amores Expressos”. O projeto consistiu em apoiar viagens a diferentes cidades do mundo para escritores brasileiros com o objetivo de que estes produzissem romances com a temática do “Amor”.[8] Ruffato viajou a Lisboa, Portugal. Em 2009, Ruffato publicou o romance Estive em Lisboa e lembrei de você, resultado da sua participação no projeto. O livro conta a história de Sérgio, morador de Cataguases que, devido a uma série de infortunios da vida, vê na emigração para Portugal a solução para os seus problemas. Em Lisboa se vê enredado na difícil vida de emigrante.
Ruffato também escreveu livros de poesia com As máscaras singulares (2002) e Paráguas verdes (2011). Também escreveu um ensaio sobre o modernismo em Cataguases (2002). Participou de antologias de contos como o livro Geração 90: Manuscritos de Computador, organizado por Nelson de Oliveira. É também organizador de diversas antologias de contos, como 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (2005) e os contos de Luiz Fernando Emediato (2004).
Crônica
Infantil
Ensaio
Conto
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