Marcelo Misailidis | |
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Marcelo Misailidis no desfile de 2017 da Beija-Flor. | |
Nascimento | 31 de janeiro de 1968 (56 anos) Montevidéu, Uruguai |
Nacionalidade | Uruguaio |
Ocupação | bailarino · coreógrafo |
Marcelo Andres Misailidis (Montevidéu, 31 de janeiro de 1968) é um bailarino e coreógrafo uruguaio radicado no Brasil. Chegou ao país aos seis anos de idade. Na adolescência, morando no interior de São Paulo, se interessou pelo balé. Se mudou para o Rio de Janeiro para estudar balé clássico com grandes nomes da dança como Aldo Lotufo, Eugenia Feudorova, Tatiana Leskova e Dalal Achcar.[1]
Em 1991 foi aprovado como primeiro bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sendo, na época, o mais jovem a ocupar o cargo. Foi companheiro de dança das maiores estrelas femininas do balé brasileiro, como Ana Botafogo e Cecília Kerche. Trabalhou com diversas personalidades da dança como Peter Wright, Fabio de Mello, Renato Magalhães, Êrick Valdo, Sílvio Dufrayer, Rosália Verlangieri, Jorge Siqueira, entre outros.[2] Em 1997 estrelou o filme O Bailarino e a Contorcionista, de Alberto Salvá.
Em 1998 iniciou sua carreira no carnaval carioca como coreógrafo de comissão de frente de escola de samba, se tornando um dos mais premiados do ramo. Tem passagem pela Unidos da Tijuca (1998-2022), Salgueiro (2003-2007), Unidos de Vila Isabel (2008-2013), Beija-Flor (2014-2022) e Imperatriz Leopoldinense (2023-2024). Em 2018 participou da comissão de carnaval da Beija-Flor, sendo um dos autores do enredo da escola. Foi campeão do carnaval por quatro vezes no Grupo Especial (em 2013, 2015, 2018 e 2023) e tem mais um título na segunda divisão, conquistado em 1999. É vencedor de quatro Estandartes de Ouro, prêmio considerado o "Óscar do carnaval", além de diversas outras premiações. Misailidis é casado com a professora de história Danielle Uhebe e pai de três filhas: Sophie, Mirta e Fernanda.[3]
Marcelo Misailidis nasceu a 31 de janeiro de 1968 em Montevidéu, no Uruguai. Foi o sétimo filho de uma família de nove irmãos. Seu pai, de origem grega, era químico e violonista clássico. Sua mãe cursou faculdade de Direito depois dos quarenta anos, chegando ao pós-doutorado. Misailidis mudou-se para o Brasil aos seis anos de idade, junto com sua família, no período da ditadura civil-militar uruguaia. No Brasil, foi morar em Americana, no interior de São Paulo. Começou a estudar balé em Campinas por influência de uma namorada bailarina. Misailidis conta que ao buscar a namorada nos ensaios de balé, se apaixonou pela dança. Viver da dança foi um desafio pelo preconceito de gênero e pelas dificuldades financeiras. Sua primeira professora lhe sugeriu que abandonasse a dança, mas ele insistiu e, aos 17 anos de idade, foi estudar balé clássico no Rio de Janeiro, onde acabou se estabelecendo. Estudou com o primeiro bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Aldo Lotufo, e as bailarinas Eugenia Feudorova e Tatiana Leskova. Despertou o interesse da Associação de Ballet do Rio de Janeiro, companhia dirigida pela bailarina Dalal Achcar. Contratado por ela, passou a trabalhar com Desmond Doyle, artista de histórica importância no Royal Ballet de Londres.[1][4]
No início da década de 1990, estagiou em Cuba, e ganhou notoriedade nacional no concurso de Joinville, ao se apresentar junto das principais bailarinas brasileiras. Tornou-se rapidamente um dos bailarinos de maior evidência no cenário da dança brasileira, o que lhe valeu o convite para integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro como primeiro bailarino em 1991. Foi, na época, o mais jovem bailarino da história do TMRJ a ocupar este cargo. Foi companheiro de dança das maiores estrelas femininas do balé brasileiro, como Ana Botafogo e Cecília Kerche. Trabalhou com diversas personalidades da dança como Peter Wright, Fabio de Mello, Renato Magalhães, Êrick Valdo, Sílvio Dufrayer, Rosália Verlangieri, Jorge Siqueira, entre outros. Participou como solista em Bolero de Ravel de Maurice Bejárt em 1998; criações do coreógrafo Henrique Martins; e em obras criadas por Dalal Achcar, como Noites Cariocas e Floresta Amazônica. No Teatro Municipal, se destacou nos balés Giselle (com Ana Botafogo no papel principal),[5] Don Quixote, O Lago dos Cisnes, La Fille mal gardèe, O Quebra-Nozes, Coppélia, A Megera Domada e Onegin. Em 1997 estrelou o filme O Bailarino e a Contorcionista, de Alberto Salvá. Também em 1997 decidiu iniciar sua carreira solo pelo Brasil com o espetáculo Os Últimos Dias de Nijinsky, coreografado por Fabio de Mello, com produção de Marcos Lunes, diretor da Unidos da Tijuca.[6] Em dezembro de 1997, Marcos convidou Misailidis para assumir a comissão de frente da Unidos da Tijuca. Misailidis não tinha interesse em trabalhar no carnaval, mas aceitou o convite pois faltava pouco para o desfile e a escola precisava urgente de um coreógrafo. Em 2000, foi homenageado e premiado em reconhecimento ao seu trabalho com a Medalha de Mérito Artístico pelo Conselho Brasileiro da Dança, representante do Conseil International de La Danse (UNESCO). De 2006 a 2008 foi diretor do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.[2]
Misailidis é casado com a professora de história Danielle Uhebe e pai de três filhas: Sophie, Mirta e Fernanda.[3]
Comissões de frente coreografadas por Marcelo Misailidis e as notas recebidas no carnaval.
Legenda: |
Ano | Escola | Divisão | Colocação | Notas | Ref. | ||||
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1998 | Unidos da Tijuca | Especial | 13º lugar (Rebaixada) |
9 | 8 | 9 | [41] | ||
1999 | Unidos da Tijuca | Grupo A | Campeã | 10 | 10 | - | - | - | [42] |
2000 | Unidos da Tijuca | Especial | 5.º lugar | 10 | 10 | 10 | - | - | [43] |
2001 | Unidos da Tijuca | Especial | 9.º lugar | 10 | 10 | 10 | - | - | [44] |
2002 | Unidos da Tijuca | Especial | 10.º lugar | 10 | 10 | 10 | 10 | - | [45] |
2003 | Salgueiro | Especial | 7.º lugar | 9,7 | 9,8 | 9,2 | 9,9 | - | [46] |
2004 | Salgueiro | Especial | 6.º lugar | 10 | 10 | 10 | 10 | - | [47] |
2005 | Salgueiro | Especial | 5.º lugar | 10 | 10 | 10 | 9,9 | - | [48] |
2006 | Salgueiro | Especial | 11.º lugar | 10 | 9,9 | 9,9 | 10 | - | [49] |
2007 | Salgueiro | Especial | 7.º lugar | 10 | 9,9 | 9,9 | 10 | - | [50] |
2008 | Vila Isabel | Especial | 9.º lugar | 9,9 | 10 | 9,9 | 10 | - | [51] |
2009 | Vila Isabel | Especial | 4.º lugar | 10 | 10 | 10 | 10 | - | [52] |
2010 | Vila Isabel | Especial | 4.º lugar | 9,9 | 10 | 9,8 | [53] | ||
2011 | Vila Isabel | Especial | 4.º lugar | 9,8 | 9,8 | 9,8 | [54] | ||
2012 | Vila Isabel | Especial | 3.º lugar | 10 | 10 | 10 | - | [55] | |
2013 | Vila Isabel | Especial | Campeã | 10 | 10 | 9,9 | - | [56] | |
2014 | Beija-Flor | Especial | 7.º lugar | 10 | 9,9 | 9,7 | - | [57] | |
2015 | Beija-Flor | Especial | Campeã | 10 | 10 | 10 | - | [58] | |
2016 | Beija-Flor | Especial | 5.º lugar | 10 | 10 | 10 | - | [59] | |
2017 | Beija-Flor | Especial | 6.º lugar | 10 | 10 | 10 | - | [60] | |
2018 | Beija-Flor | Especial | Campeã | 10 | 10 | 10 | - | [61] | |
2019 | Beija-Flor | Especial | 11.º lugar | 9,8 | 9,8 | 9,8 | - | [62] | |
2020 | Beija-Flor | Especial | 4.º lugar | 10 | 10 | 10 | [63] | ||
2022 | Beija-Flor | Especial | Vice-campeã | 10 | 10 | 9,9 | [64] | ||
2023 | Imperatriz Leopoldinense | Especial | Campeã | 10 | 9,9 | 10 | - | [65] | |
2024 | Imperatriz Leopoldinense | Especial | Vice-campeã | 9,9 | 10 | 10 | |||
2025 | Mocidade Independente | Especial | [66] |
Divisão | Campeonato |
Ano | Vice |
Ano | Terceiro lugar |
Ano |
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Grupo Especial |
4 | 2013, 2015, 2018, 2023 | 2 | 2022, 2024 | 1 | 2012 |
Grupo A |
1 | 1999 | - | - | - | - |
Ver também: Premiações extraoficiais do Carnaval do Rio de Janeiro |
Abaixo, a lista de prêmios recebidos por Marcelo Misailidis em sua carreira no carnaval.